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14/02/2012 - 17h13

Quase desconhecido, ator Michael Fassbender conquista Hollywood

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JANAINA PEREIRA
DE SAN SEBASTIÁN

O nome ainda não é conhecido, mas certamente você já deu de cara com o ator Michael Fassbender por aí. O alemão, de 34 anos, contracenou com Rodrigo Santoro no épico "300" (2006) e foi o tenente alemão Archie Hicox em "Bastardos Inglórios" (2009), de Quentin Tarantino. Até o início do ano passado, seu personagem mais popular era o jovem Magneto de "X-Men: Primeira Classe" (2011).

No final de 2011, emplacou dois filmes de sucesso nos EUA, que fizeram seu nome entrar no radar dos grandes estúdios de cinema: "Um Método Perigoso", de David Cronenberg (estreia em fevereiro), e "Shame" (estreia em 2 de março), do diretor e roteirista inglês Steve McQueen (homônimo do ator americano, estrela de "Papillon", 1974, morto em 1980).

Richard Phibbs/.
Ator alemão Michael Fassbender, 34, esteve em "Bastardos Inglórios", "300" e "X-Men: Primeira Classe"
Ator alemão Michael Fassbender (foto), 34, esteve em "Bastardos Inglórios", "300" e "X-Men: Primeira Classe"

No primeiro, interpreta o psicanalista suíço Carl Jung (1875-1961), que, com seu mestre, o austríaco Sigmund Freud (1856-1939), tenta curar a dona de casa vivida por Keira Knightley e acaba se envolvendo com ela.

No segundo, vive Brandon Sullivan, um executivo viciado em sexo, papel que rendeu o prêmio Copa Volpi de melhor ator no Festival de Veneza e uma indicação ao Globo de Ouro (perdeu para George Clooney, que fez piada com o nu frontal de Michael no filme, no discurso de agradecimento).

"Faz parte da história do personagem", diz o ator, tranquilo, na varanda de um quarto de hotel, durante o último festival de San Sebastián, na Espanha, em entrevista à Serafina.

Nos EUA, o fi lme foi proibido para menores de 17 anos, censura máxima para filmes no país, e causou polêmica por causa das cenas de sexo. "É um exagero. Algumas cenas não mostram nenhum prazer, os encontros sexuais do Brandon estão ali para revelar o que acontece dentro dele", explica.

Pode até ser, mas foi difícil convencer seus fãs, alvoroçados com a presença do ator no festival. Ele chegou à cidade com sua moto, uma BMW, vindo de Barcelona, onde tinha ido passar uns dias de folga (no ano passado, Michael e o pai percorreram 8.000 km de moto pela Europa, para que ele "descansasse" das gravações).

Deu entrevista de jeans, camisa branca e tênis, com um maço de cigarros nas mãos. "Ainda não sei como lidar com toda essa atenção. É muito novo. Havia uma multidão me esperando quando cheguei aqui", espanta-se. Mas gosta um pouco. "Fico lisonjeado e sei que isso pode ajudar minha carreira de alguma forma. Mas não sou agarrado nas ruas todos os dias."

AUTORREFERENTE

Michael nasceu em 2 de abril de 1977, em Heidelberg, na Alemanha, e se mudou com a família para a Irlanda aos dois anos. Atualmente, mora em Londres, para onde se mudou aos 19 anos para estudar no Drama Centre, uma escola prestigiosa que ensina atuação, direção e roteiro, fundada em 1963.

Nos EUA, conseguiu o primeiro papel na TV em 2001, na minissérie "Band of Brothers", produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks. Mas nunca pensou em morar fora da Europa. "Não tenho a menor intenção de me mudar para os EUA. Vou para lá a trabalho e só. Gosto de Londres e, quando passo muito tempo longe, sinto falta. Sou muito europeu."

Segundo os sites e revistas de fofocas, ele namorou Zoë Kravitz, 23, filha do cantor Lenny Kravitz, que atuou com ele no longa "X-Men: Primeira Classe", no ano passado. Ele não assume nem desmente. É um recluso quando o assunto é sua vida íntima.

Mas conta que interpretar o psicanalista Carl Jung, em "Um Método Perigoso", foi sua experiência mais intensa.

"Atuar se parece um pouco com psicanálise", filosofa. "Estudo muito os roteiros, mas minha única referência real sou eu mesmo. Tenho que me conhecer para buscar em
mim a verdade das histórias que conto."

Mergulhar fundo nos personagens faz o estilo do alemão. Em 2008, chamou a atenção no Festival de Cannes sua interpretação de Bobby Sands, um prisioneiro que faz greve de fome, no premiado longa "Hunger".

O filme marcou o primeiro episódio de sua parceria com Steve McQueen. Para dar veracidade à história de Bobby Sands, emagreceu 16 quilos.

"Steve me deu a primeira chance de verdade no cinema. Viramos amigos depois disso", diz o ator. McQueen tem três fimes no currículo,"Hunger", "Shame" e "12 Years a Slave", que será filmado neste ano. Michael está em todos.

Para 2012, ainda tem outros grandes projetos. Como "Prometheus", de Ridley Scott, que será lançado em junho, e "Haywire", de Steven Soderbergh, (ainda sem data de estreia no Brasil).

Também está cotado para o remake de "RoboCop", dirigido pelo brasileiro José Padilha, e é o favorito do diretor Darren Aronofsky (de "Cisne Negro") para ser o protagonista de seu próximo longa, "Noé". Foi sondado para se tornar o novo 007. Em 2012, difícil vai ser não se viciar em Fassbender.

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