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28/07/2012 - 22h47

Escoteira-mirim rouba a cena no filme "Corações Sujos"

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DANIEL MÉDICI
DE SÃO PAULO

Akemi é uma menina que vive numa colônia rural de imigrantes, no final dos anos 40. Frequenta aulas clandestinas de japonês e acompanha uma matança entre membros de sua comunidade.

Celine mora em São Paulo, no tempo presente. Frequenta aulas de japonês desde os quatro anos e participa de um grupo de escoteiras. Akemi, na verdade, é uma personagem de "Corações Sujos" -papel de estreia de Celine Fukumoto, 12. Dirigido por Vicente Amorim, o longa entra em cartaz no próximo dia 17.

A produção, filmada em Campinas e Paulínia, é falada quase toda em japonês, com grande parte do elenco vindo do Japão -e romantiza o livro homônimo de Fernando Morais. O pano de fundo da trama é o conflito pouco conhecido entre japoneses moradores do interior de São Paulo, após a Segunda Guerra. Naquela época, a comunidade nipônica no Brasil era proibida de organizar reuniões e de ensinar sua língua aos descendentes.

Muitos imigrantes, convencidos da supremacia do Império Japonês, que apoiou a Alemanha nazista, não aceitavam as notícias de rendição do Eixo. Acusavam de traição os 'derrotistas', apelidados de "corações sujos", e tomavam para si a tarefa de executá-los.

Filipe Redondo
A atriz mirim Celine Fukumoto, que se destacou no longa "Corações Sujos"
A atriz mirim Celine Fukumoto, que se destacou no longa "Corações Sujos"

A miniatriz não se incomoda com a violência ao ver o filme. E dá risada quando se lembra das gravações -por exemplo, de uma cena em que tinha que comer mexerica e foi repetida tantas vezes que lhe tirou toda a fome para o almoço

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Cantora e atriz

Celine não tinha nenhuma experiência em atuação. "Aprendi com o karaokê a não ficar tímida em frente às câmeras", conta. Sua carreira começou por puro acaso -se inscreveu despretensiosamente no clube que frequenta e passou por todas as audições.

Uma vez no set, ela conta que raramente errava as falas: "Eram fáceis de decorar. O problema era a fluência no japonês. Os outros atores, como o [protagonista] Tsuyoshi Ihara, me ajudaram muito me explicando como uma criança falaria, que expressão iria usar".

O contato com atores japoneses foi o que mais chamou a atenção de Celine. "Fiquei impressionada com a Kimiko Yo, com o jeito como ela conseguia, nas cenas dramáticas, chorar de uma forma real", diz.

A menina pratica tênis de mesa e piano, mas diz agora que quer mesmo é ser atriz. Filha de brasileiros e neta de japoneses, Celine nasceu em Tóquio, vindo ao Brasil com nove meses de idade. Ela sonha conhecer a terra de seus ancestrais em 2015, quando o Japão sediará um evento internacional de escotismo.

 

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