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Serafina

Filhos de Brad Pitt não podem dar Google nos nomes dos pais

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Brad Pitt passa a mão na barba malfeita antes de responder a uma pergunta qualquer. Põe na mesa os óculos escuros, e seus olhos azuis parecem sinceros. Ele tenta me convencer de que seu novo filme, "Moneyball", que estreia no Brasil em novembro, não é sobre beisebol, mas me distraio. Sua camiseta de manga comprida é tão fina que dá para ver o contorno dos braços e do tórax, muito mais avantajados do que 20 anos atrás, quando se encontrava com Geena Davis num quarto de motel em "Thelma & Louise".

Foi uma longa e estranha jornada desde então. De completo desconhecido do Meio Oeste americano, num pequeno papel de caubói sexy de carona pela rota 66, Pitt se tornou o astro mais fotografado do planeta nos últimos dez anos, pai de seis filhos e cidadão do mundo ao lado da atriz e "globetrotter" Angelina Jolie. Tão poderoso que conseguiu até mesmo fazer um filme sobre o passatempo preferido dos americanos chegar em grande circuito aos cinemas do Brasil.

Mas, é claro, já ia me esquecendo, "Moneyball" não é sobre beisebol. "É sobre longevidade", explica o ator de 47 anos, que faz o gerente-geral de um time pobretão de Oakland, na Califórnia. "É sobre homens que chegam ao final do filme sendo as mesmas feras que eram no início. Não é tanto sobre eles mudarem, e sim sobre eles mudarem algo em volta deles."

John Russo/.
O ator Brad Pitt, 46, em ensaio para divulgação de seus novos filmes e projetos
Ator Brad Pitt (foto), 47, em ensaio para divulgação de seus novos filmes e projetos

A história é baseada em fatos reais, narrados num livro de mesmo nome e com roteiro coassinado por Aaron Sorkin (Oscar por "A Rede Social").

Pitt aparece tristonho, tentando manter a pinta de confiante e cuspindo num copinho o tempo todo. Ele faz um ex-jogador, uma grande promessa que nunca aconteceu, e que dá a volta por cima ao usar um sistema de computador para contratar jogadores desvalorizados e formar um time vencedor com pouca grana.

Ninguém acredita nele, nem mesmo o técnico do time (Philip Seymour Hoffman, barrigudíssimo). O único ao seu lado é um assistente gordinho (Jonah Hill em raro papel sério).

Pitt repete que nunca foi fã do esporte, mas que entrou no projeto porque ficou obcecado pelo livro. "É um filme difícil, que não segue nenhuma convenção. Era preciso algum músculo por trás para levá-lo ao cinema", explica o ator, falando de si mesmo, cujo nome soa como notas verdes aos ouvidos de estúdios e de distribuidoras.

Táticas complexas e jargões do beisebol em "Moneyball" vêm substituir os dinossauros e o Big Bang que povoaram sua empreitada anterior no cinema, "A Árvore da Vida".

Dirigido por Terrence Malick e vencedor da Palma de Ouro em Cannes, o longa de mais de duas horas sobre uma família americana dos anos 1950 dividiu opiniões quando estreou, em agosto.

"'A Árvore da Vida' não é para todo mundo", diz Pitt, coçando o peito por cima da camiseta de gola V cinza, mesma cor da calça larga e dos tênis. "É para ser uma experiência e evocar suas próprias memórias. Vai funcionar para algumas pessoas. Nunca o vi como um filme de apelo para as massas."

Apesar de ser um longa difícil, "A Árvore da Vida" conseguiu sair dos cinemas no azul: arrecadou cerca de US$ 45 milhões até agora, superando os US$ 35 milhões estimados no seu périplo de produção, de quase cinco anos. Ponto para Brad, que estrela e também produz o filme.

A experiência do ator atrás da câmera começou em 2002, quando deixou de ser apenas um galã de cinema para investir em filmes com sua produtora, a Plan B. A empresa é responsável por "Moneyball" e também por seu próximo trabalho, "World War Z", no qual faz um representante da ONU atrás de sobreviventes de uma guerra que transforma parte da população em zumbis.

O cabelão comprido e a barba que ele usa agora são do personagem.

"Não somos uma produtora cheia de grana", fala, quase humilde, da firma criada com a então mulher, Jennifer Aniston, que deixou o grupo após o divórcio, em 2005. "Gostamos de histórias obscuras, com dificuldade de chegar às telas."

Foram justamente papéis sombrios, intercalados com os de bom-moço, que fizeram sua fama explodir nos anos 1990.

Quatro anos após a revelação em "Thelma & Louise", tendo feito o delicado Louis em "Entrevista com o Vampiro" e Tristan em "Lendas da Paixão" (1994), Pitt era alçado a "sex symbol" definitivamente.

Mas ele nunca reforçou a imagem de bonzinho e lutou contra a fama de jovem ator bobinho, motivo de provocação de um repórter da "Rolling Stone" em 1999. Para o ensaio fotográfico da revista, Pitt fez questão de se vestir de mulher. "Não poderia apenas me sentar aqui e ser o bonitinho de novo", disse ao jornalista, na época em que divulgava o truculento "Clube da Luta", dirigido por David Fincher, diretor com quem tem mais colaborações no cinema, entre eles "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Se7en: Os Sete Pecados Capitais".

"Se você olhar bem de perto, vai perceber que tenho sido esperto o suficiente para trabalhar com diretores mais inteligentes do que eu. São caras que têm a palavra final na história", diz Pitt, que nos últimos cincos anos foi dirigido por Quentin Tarantino ("Bastardos Inglórios"), Alejandro González Iñárritu ("Babel") e pelos irmãos Coen ("Queime Depois de Ler").

Ele é um dos poucos atores de Hollywood que consegue equilibrar bom gosto nas escolhas de projetos e boas bilheterias. Na última década, dos 15 filmes em que atuou, mais da metade ultrapassou os US$ 100 milhões em ingressos vendidos. O maior de todos, nesse período, foi "Sr. e Sra. Smith", de 2005, onde conheceu Jolie.

Pitt diz preferir seus "filmes pequenos", como o faroeste "O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford", que chegou ao Brasil em 2007 após arrecadar meros US$ 3 milhões nos EUA. "Fez pouco dinheiro, mas foi uma teatralização, uma história que realmente queria contar", diz o ator, cujo filme lhe valeu um prêmio no Festival de Veneza, em 2007.

Troféus são, de fato, o calcanhar de aquiles de Pitt. Em mais de duas décadas de trabalho, só descolou duas indicações ao Oscar de melhor ator (por "O Curioso Caso de Benjamin Button", em 2008, e por "Os 12 Macacos", em 1995) e nenhum prêmio dos círculos sérios da crítica americana. Pior, levou para casa um Framboesa de Ouro, na categoria pior casal, por conta da parceria com Tom Cruise em "Entrevista com o Vampiro" (1994).

Mas ele faz pouco caso: "Prêmios não estão no meu foco. Para mim, é mais importante o grau de dificuldade, não se vai ser ou não o melhor filme do ano", diz. "É divertido quando seu nome é chamado [na temporada de prêmios], e é mais divertido ainda quando os nomes dos seus amigos são chamados. Porque assim eu posso ficar em casa."

Para Bennett Miller, diretor de "Moneyball" (e de "Capote"), Pitt tem algo além da musculatura capaz de levar filmes improváveis para outros continentes. "Alguma coisa acontece entre ele e a câmera que é difícil descrever", Miller diz. "Nem sempre você consegue perceber o que vai sair no filme. É tipo alquimia, parece um vodu."

Talvez seja essa magia que faça os paparazzi viverem em sua cola. No dia da entrevista, estava hospedado num hotel de luxo em Cancún fechado para um evento. Mesmo assim, fotos dos filhos Maddox e Pax no mar acabaram caindo em sites de fofocas.

Os dois fazem parte da família que criou com Jolie desde que foram morar juntos, em 2005. Maddox, o mais velho, com dez anos, foi adotado no Camboja por Angelina em 2002, quando ela ainda era casada com o ator Billy Bob Thornton. Depois veio Zahara, 6, nascida na Etiópia e adotada por Jolie-Pitt em 2005. No ano seguinte, Angelina deu à luz a Shiloh, na Namíbia, primeira filha biológica do casal. Então eles adotaram Pax, 7, em 2007, no Vietnã. Por último, nasceram os gêmeos Knox e Vivienne, 3, na França, em 2008.

"Eles não podem dar Google no papai ou na mamãe", Pitt diz. "Os computadores de casa estão bloqueados para isso e outras coisas sujas."

Jolie e Pitt intercalam filmes para tomar conta dos pequenos. Recentemente, a atriz de 36 anos fez sua estreia na direção e no roteiro com "In the Land of Blood and Honey" (na terra do sangue e do mel, em tradução livre), filmado na Bósnia com atores locais. Enquanto Jolie expande seus talentos, Pitt é mais reservado e não planeja ir além da produção.

"Não tenho nenhuma aspiração de dirigir, nada mesmo. Sou muito perfeccionista, ficaria louco, deixaria minha família doida, nunca os veria, levaria uns três anos para terminar", diz. "E já tenho um ótimo emprego. Não?"

*

BRAPARAZZI

Antes de Angelina, Jenniffer, Gwyneth e Juliette, vieram os paparazzi.

O relacionamento mais duradouro de Brad Pitt, que chegou antes de qualquer namorada e, provavelmente, vai embora por último, é com os paparazzi. Atraídos primeiro pela beleza física, foram hipnotizados pela vida amorosa estrelada de Brad.

Mas nenhuma das mulheres de sua vida teve o impacto de Angelina Jolie, atriz de filmes de aventura, embaixadora da ONU e, ao lado de Sarah Jessica Parker, a mulher mais bem paga de Hollywood em 2010, ano em que faturou US$ 30 milhões, de acordo com a revista Forbes.

O namoro com Jennifer Aniston, que virou casamento em julho de 2000, teve início peculiar: os empresários dos dois decidiram que eles formariam um bom par e os convidou para um jantar.

Aniston e Pitt namoraram escondido e negaram o relacionamento durante dois anos, para então se casar numa festa de arromba na praia de Malibu, em Los Angeles.

Antes disso, ele ficou noivo de Gwyneth Paltrow, com quem dividiu uma casa em Manhattan entre 1995 e 1997. No começo do namoro, fotos dele nu e dela enrolada em um lençol, na varanda de um quarto de hotel em Saint Barts, no Caribe, baixaram nos computadores dos quatro cantos do mundo.

O primeiro namoro que deu o que falar foi com a maluquete Juliette Lewis. Tudo começou quando ela tinha 16 anos. Ele tinha 26. Os dois fi zeram dois fi lmes juntos, "Kalifornia -
Uma Viagem ao Inferno" (1993) e "Too Young to Die?" (1990).

Mas depois de cutucar a curiosidade de todo mundo, Pitt decidiu que não fala mais quase nada sobre sua vida. Nem para desmentir os boatos semanais, que variam entre alguns
temas comuns: "Mais um filho à vista!", "Casamento secreto", ou "Jolie expulsa Pitt de casa".

"Tudo mentira", jura Angelina Jolie à revista "Vanity Fair" de setembro.

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