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Ana Sátila é a brasileira mais jovem da Olimpíada de Londres

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A menina chorou, chorou, chorou. Tinha apenas dez anos e chegara cheia de esperanças para sua primeira participação em uma Copa Brasil de Canoagem. Estava em Piraju, interior de São Paulo, bem longe da mato-grossense Primavera do Leste, onde vivia com a família. E ficou em último lugar.

Os soluços foram consolados com tapinha nas costas, abraço amigo e alguém lembrando o dito popular enquanto lhe enxugava as lágrimas: "Os últimos serão os primeiros". Não é que deu certo?

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Dois anos depois, com 12 anos, Ana Sátila Vieira Vargas tornou-se campeã brasileira de canoagem, competindo com adultos. E, em março último, dias antes de completar 16 anos, conquistou uma vaga na Olimpíada de Londres ao sagrar-se campeã do Pan-Americano de canoagem slalom (descida do rio com obstáculos), em Foz do Iguaçu (PR). Até agora, é a integrante mais jovem da delegação olímpica brasileira.

Emiliano Capozoli/Folhapress
A canoísta Ana Sátila, 16, começou o treinamento físico aos quatro anos
A canoísta Ana Sátila, 16, começou o treinamento físico aos quatro anos

"Tive uma infância normal, brincava com meus irmãos [duas meninas e dois meninos] e praticava esportes, como a natação", diz ela. A frase subestima o nível de treinamento que enfrentou desde os quatro anos.

Foi quando quase morreu afogada durante um passeio a Santos, onde abusou do mar. O pai, Cláudio, tricampeão paulista de natação (travessias), fez um mea-culpa: "Sou nadador e minha família se afoga..." Tratou de ensinar os filhos a nadar, primeiro na piscina, depois no rio das Mortes, que banha a cidade. "Aqui, no Mato Grosso, não tem nadador melhor do que as minhas filhas", orgulha-se.

O desempenho dela chamou a atenção de um professor de canoagem de Primavera do Leste. "Ele me convidou para começar a remar e aceitei na hora", lembra Ana, que treina desde os nove anos.

Já se deu bem na primeira competição: "Segundo lugar, em uma categoria aberta para meninos e meninas".

Hoje é canoísta de elite: foi apontada pela ICF (sigla em inglês para Federação Internacional de Canoagem) como uma das melhores do mundo.

"Não tem nenhum segredo. Basta ter vontade, garra e perseverança."

Para a seletiva, por exemplo, Ana vinha treinando desde janeiro em Foz do Iguaçu (PR), três horas por dia. A preparação inclui corrida, musculação e treinamento em água parada e corrente.

É uma vida cheia de regras. Parece não combinar com o que se costuma esperar de uma adolescente. Ana dá de ombros. Já teve namorado, hoje não há tempo. Nas horas de folga, ouve música e, quando pode, dança. "Adoro, principalmente tango", diz, revelando um quê de romantismo. Logo, porém, afina o foco no esporte: "A canoagem me traz desafios novos a cada competição, me dá esperança e me deixa feliz".

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