Sarah Silverman é uma mulher engraçada. Mas sabe fazer drama, como na dublagem em inglês da animação "Detona Ralph", que estreia em janeiro, em que faz rir e corta o coração como Vanellope, uma garota que quer ser campeã de uma corrida dentro de um videogame. Ou como a mãe alcoólatra de "Entre o Amor e a Paixão", que estreia em dezembro.

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Ao vivo, não faz piada à toa.

Mas seu trabalho é majoritariamente no humor, seja nos shows de "stand-up" ou em participações em programas como o premiado "Louie", da HBO, do comediante norte-americano Louis CK. Junto com Tina Fey, Kristen Wiig, Amy Poehler e Chelsea Handler, forma uma geração de mulheres que lidera a comédia americana atual.

Daí a surpresa quando começaram a pipocar artigos sobre as mulheres serem menos engraçadas que os homens. "A questão é absurda. Não dá nem para responder porque você acaba validando a teoria."

Sarah, 42, credita sua preferência pelo riso ao fato de ter feito xixi na cama até a pré-adolescência. "Sobrevivi a momentos humilhantes na vida real, então o palco nunca foi tão assustador."

	Robert Trachtenberg
	Naturalmente engraçada, a atriz Sarah Silvermann, 42, mostra seu lado dramático em dois novos filmes

Hoje, aprendeu a não se incomodar nem com os outros, nem com a pressão para que as mulheres se comportem de certa maneira. "Fiz terapia o suficiente para não me definir por pessoas sem rosto da internet ou pelo que os outros pensam."

Mas se preocupa com as meninas de hoje em dia. "É uma época dura. Os outros fazem com que elas sintam vergonha de seus corpos. E, ao mesmo tempo, há essa sensação de que a sexualidade é o único valor."

Por isso, acredita que o movimento feminista precisa acontecer dentro de cada menina. "As garotas não podem retroceder, precisam perceber sua força, não ter medo de se expressar", afirma. "Mas também precisam reaprender a se comportar como crianças e a não se deixar definir pelo tamanho dos seus peitos ou de suas coxas. Fazer isso é desperdiçar a vida."

Ela mesma olha muito para dentro de si. Assim, tomou decisões como estar com homens que não a façam se sentir culpada. "Cresci o bastante para me sentir atraída por alguém bondoso, aberto... Mas ele ainda tem de ser hilário", conta a atriz, que está namorando o comediante Kyle Dunnigan.

Mas que ninguém espere uma mudança na sua posição sobre casamento. "Quero viver a vida inteira com alguém. Mas o casamento me parece uma coisa de bárbaros. Por que o governo deve se meter no meu amor? Sem contar que é um clube que não inclui todo o mundo, então não é algo que eu queira para mim." Assim disse Sarah Silverman.