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Serafina

Show de Baby do Brasil foi noite histórica, diz Zeca Camargo

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Sei tanto sobre o significado das cores quanto sobre o pensamento das flores. Mas, quando Baby do Brasil entrou no palco do Jockey Clube do Rio, no final do mês passado, eu senti o frisson que os "fashionistas" expressam quando veem seu tom favorito de volta à passarela –e logo entendi o que aquilo significava. "O roxo voltou", disse eu a mim mesmo diante da nova cabeleira de Baby, que puxava para sua saia. E, com o roxo, eu sabia que viriam outras coisas boas, outros sons, outras luzes, outras rimas, outras danças, outras cores, nomes.

Assim foi por quase duas horas, numa noite histórica –um adjetivo que uso com parcimônia. No entanto, quem já tinha perdido as esperanças de ver Baby cantar outra coisa que não o gospel da religião que abraçou há mais de uma década não tem como chamar uma apresentação dessas de outra coisa que não "histórica". De "Mexe Comigo" a "Sem Pecado e Sem Juízo", todas as canções que você fez questão de esquecer que sabia de cor estavam lá. Mas, mais que isso, a própria Baby estava presente como nunca, cheia de energia, hipnótica e magnética –até mesmo "cósmica", para usar mais um proparoxítono de que ela tanto gosta (alguém aí pensou em "telúrica"?). No palco, enfim, uma verdadeira pastora, cantando para fiéis pagãos da Igreja Maior do Bom Refrão.

Perguntas como "por onde andava essa Baby?" tornavam-se irrelevantes à medida que cada um de nós descobria que sabia todas aquelas "músicas-mantras" de cor. E, com seus 60 anos, Baby cantava tudo com a mesma voz que nossa memória tinha guardado, como que desafiando um grupo de seletas cantoras de gerações subsequentes que fizeram questão de ir até lá presenciar aquele retorno. Era, esse sim, o verdadeiro Culto das Princesas.

Generosa, Baby emprestava seus "raios de ouro cor" (para citar mais uma vez "Telúrica") para Caetano Veloso, que veio com ela evocar "Menino do Rio"; para seu filho Pedro Baby, que fez o incrível trabalho de convencê-la a conversar com Deus e pedir aprovação para voltar a cantar tudo aquilo de novo; e para cada súdito ali presente, finalmente despertado de uma hibernação forçada de anos. Com tudo isso, com os espíritos tão elevados, só mesmo uma outra diva poderia nos ajudar com um verso à altura da homenagem que aquela estrela pedia. Pensei em Gal Costa cantando: "Baby, I love you..."

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