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Serafina

Colecionador de shows do Rolling Stones tem 200 apresentações no 'currículo'

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Algumas pessoas colecionam selos, outras, sapatos. Eu coleciono shows dos Rolling Stones. Entre 1989 e 2007 assisti a meus heróis do rock 199 vezes em 30 países, incluindo o Brasil, onde conheci minha mulher no show em Copacabana.

Cada vez que cantam "Brown Sugar" ou "Satisfaction", consigo decifrar a química entre Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood. Depois do último show da última turnê deles, em Londres, cinco anos atrás, fiquei satisfeito em encerrar minha coleção com 199 apresentações. E nem tinha certeza se eles deveriam voltar a fazer turnês. Eu tinha medo que os Stones pudessem parecer ridículos, como Ozzy Osbourne.

Ignorando minhas dúvidas, eles acabam de fazer cinco shows para comemorar os 50 anos da banda. Os melhores ingressos esgotaram rapidamente, a mais de R$ 1.600 cada. Normalmente eu assistiria a todas as apresentações, mas me limitei ao primeiro show nos EUA, em 8/12, no Brooklyn. Comprei um ingresso de R$ 1.500 na bilheteria dez minutos antes de o show começar. Meu lugar era ótimo, mas me senti como se tivesse me oferecido para ser assaltado.

Eu sabia que não receberia um produto a altura do valor pago, mas o saudosismo auto referente que tolerei no passado dessa vez me pareceu irritante.

A maioria das 23 canções foi feita de grandes sucessos da época áurea da banda, nos anos 1960 e 1970. A impressão era que o cuidado maior tinha sido com a encenação extravagante. A plateia era velha, como já era o caso em anos passados. Mas alguns usavam bengala ou andador. Fiquei mal-humorado.

Mick, felizmente, continua a ser um homem de encantos irresistíveis. Ele arrancou gemidos sexuais de Mary J. Blige em "Gimme Shelter" e impulsos homicidas de fãs durante "Midnight Rambler".

Um coro de duas dúzias de vozes injetou classe no show, cantando a introdução de "You Can't Always Get What You Want", exatamente como soa no álbum de 1969 em que aparecem essas três canções, "Let It Bleed".

Keith e Ronnie –talvez em função de nervosismo da noite de estreia– se concentraram em tocar suas guitarras, ao invés de sorrir para a plateia. Charlie, excêntrico aficionado do jazz que sempre parece constrangido por ser baterista de rock, se divertiu de verdade.

Quando a noite chegou ao fim com os bis de praxe de "Jumpin' Jack Flash" e "Satisfaction", eu estava fazendo o mesmo. Mas, se quiser que minha coleção de shows fique ainda maior, terei que vender um ou dois de meus rins.

Divulgação
O grupo Rolling Stones
Charlie Watts (esq.), Keith Richards, Mick Jagger e Ronnie Wood; os Roling Stones
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