Serafina
Filha de Fernando Botero quer trazer exposição do artista a SP
Em meio aos mais de 3.000 gorduchos que pintou e esculpiu, o octogenário Fernando Botero fugiu da regra e criou uma figura magra como uma sílfide: a filha Lina Botero.
Lina atendeu a Serafina ao desligar o telefone após uma hora falando com Fernando. "Nos ligamos todos os dias. Ainda que não seja necessário, porque já penso como ele."
Ela, que não revela a idade, foi atriz e apresentadora antes de labutar com a obra da família. Mas deixou de lado a veia artística para se tornar o braço direito torneado do pai. "Eu sou uma extensão dele", diz Lina, "e, como ele, sou totalmente perfeccionista e 'workaholic'".
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A carga de trabalho inclui fazer os catálogos de exposições dele, como a que celebrou suas oito décadas de vida, no Museo del Palacio de Bellas Artes da Cidade do México, no ano passado. E também firmar parcerias mais comerciais à Romero Britto.
Ela acaba de terminar a decoração da suíte "master" do hotel cinco estrelas Sofitel Legend Santa Clara, em Cartagena, que ganhou cores tiradas da paleta paterna e duas telas originais.
A duplicação de tamanho do quarto, agora com 143 m2, não é uma piada com a corpulência da estética dele, jura a decoradora. "Mas é bem engraçado pensar nisso agora que a obra está pronta."
Trabalho feito, ela passa para os próximos projetos. Um deles envolvendo o Brasil: "Quero fazer uma retrospectiva dele em São Paulo neste ano".
CASA DE FAMÍLIA
Além de criar uma suíte usando o pai como tema, ela também planeja abrir ao mundo outras portas de seu universo genealógico. Essas bem mais pessoais: "Acabei de reformar a casa de veraneio da família, construída em 1600. E vou colocá-la para alugar na internet", conta.
A propriedade, também em Cartagena, andava tão parada quanto as águas do Caribe. "Passamos pouco tempo lá, então é melhor que fique movimentada para manter o espírito animado."
Isso porque o clã viaja com o patriarca por todos os cantos do mundo. Moram em Montecarlo, mas passam bastante tempo em Paris e os meses de verão na Itália ("É o único lugar onde ele consegue esculpir"). "Estamos sempre em Nova York [onde moraram na década de 1960, quando a família era pobre e ela, criança]. E ainda sobra tempo para a Colômbia", garante Lina.
Com tanta hiperatividade, não é de se abismar que pai e filha estejam mais para as esculturas magrelas do suíço Alberto Giacometti (1901-1966) do que para as imagens de um Botero.
Oleg Covian | ||
Lina Botero imprime o estilo do pai na casa de veraneio da famíla, que poderá ser alugada pela internet |
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