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Serafina

Americano premiado em Sundance aprendeu a ver filmes no Brasil

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Durante os primeiros dias de um intercâmbio no Brasil, o cineasta norte-americano Kahlil Joseph, 31, descobriu sua paixão pelo cinema. "Tinha 17 anos, era tímido e não entendia a língua." A solução veio da videolocadora de bairro, em Natal (RN), onde alugava filmes todos os dias.

Neto de uma brasileira que se mudou para os Estados Unidos nos anos 1940, Kahlil passou um ano no Brasil, em que aprendeu mais sobre cinema do que sobre o país. De volta aos EUA, logo arrumou emprego na área.

Catorze anos depois, em passagem por São Paulo, aproveitou para procurar locações para uma produção ainda secreta que filmará aqui neste ano. Visitou a família de sua avó, ficou boquiaberto com a habilidade dos pichadores e apaixonou-se por coxinha. "Poderia comer só isso", exagera.

Pablo Saborido
Neto de brasileira e apaixonado por coxinha, o diretor americano Kahlil Joseph acaba de ser premiado em Sundance
Neto de brasileira e apaixonado por coxinha, o americano Kahlil Joseph acaba de ser premiado em Sundance

No ano passado, ao criar o clipe do rapper Flying Lotus, Kahlil tornou-se um dos diretores mais admirados do momento. Nos trabalhos produzidos para a internet, ele aproxima-se da linguagem do cinema. "Until the Quiet Comes", o clipe que ganhou prêmio especial do júri no Festival Sundance 2013, começa com um garotinho sendo baleado e segue com uma dança fantástica de um homem baleado no peito em Los Angeles.

O jovem talento já despertou a atenção de Hollywood. Seu produtor, Omid Fatemi, diz que já recebeu ligações de grandes estúdios interessados em contratá-lo, mas Kahlil não quer nem saber. "Acho tudo em Hollywood falso, isso não faz parte do meu projeto como diretor", manda o cineasta.

"Os diretores que admiro nunca ganharam um Oscar, e é desse time que eu gostaria de fazer parte", diz. Entre seus favoritos estão a argentina Lucrecia Martel, o chinês Wong Kar-wai e o russo Tarkóvski.

O americano já dirigiu o músico Seu Jorge no video musical "Marcello in Limbo". A experiência foi tão boa que os dois pretendem repetir a parceria em um longa. Para o músico, Kahlil é uma grande promessa. "Vai ser o novo Spike Lee. Veio do 'underground', é sensível e cada imagem que produz é uma bela fotografia", diz. "E tem um lado desencanado que deve vir da família brasileira, gringo não tem aquilo, não", diverte-se.

Entre suas características está a capacidade de tirar a beleza de imagens chocantes. Quando pergunto sobre as comparações com Spike Lee, ele retruca: "Tenho respeito por ele, mas motivações diferentes. Ele é mais explosivo do que eu. Não quero provocar ninguém, quero mostrar a essência das coisas", finaliza, enquanto pede mais uma coxinha no balcão.

VEJA O CLIPE DE "UNTIL THE QUIET COMES"

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