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Serafina

Estilista desenha vestidos retrô-chiques e transforma filhos em desenhos fofos

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Luiza Pannunzio é a amiga que todas as moças querem ter. Ela cresceu dentro de uma confecção quando a moda nem estava na moda. Abriu uma loja na galeria Ouro Fino com seu nome. Desenha vestidos fofos com bolinhas, xadrezes, laços e flores.

Faz desenhos ainda mais fofos, usando a família como personagem. A Menina do Laço na Cabeça, que representa ela mesma, acaba de ganhar uma versão animada e está sendo negociada como vinheta para um canal de TV paga.

Na verdade, Luiza faz tantas coisas que é difícil acreditar que haja tanta energia dentro dessa delicada sorocabana de 33 anos. Ela tem nada menos que seis blogs em atividade, fora o site da loja. Todos estão reunidos na página Atelier da LP (luizapannunzio.com ).

Lança livros manuscritos, ilustra para outros autores, produz quadros com seus desenhos e ainda inventa mimos para suas clientes, como frases (fofas) em monóculos ou em carimbos à moda antiga.

Sem contar os passeios matinais com os filhos no clube Paulistano e, de tarde, levar a Clarice, dois anos e meio, para fazer exame de sangue, e ir com o Bento, oito meses, ao oftalmologista.

HONESTA

As duas crianças viraram personagens de suas pequenas histórias, de um único quadro, "traçado em finas linhas pretas", como gosta de dizer.

Luiza, entretanto, não dramatiza. Clarice virou o Bebê da Cabeça Quadrada, e muitos acham que o personagem está com um saco de papel na cabeça, numa imaginária crítica à exposição de crianças nos tempos de internet. Nada disso, a verdade é mais crua: "Clarice nasceu com a cabeça completamente quadrada", conta ela. "O queixinho, a parte de cima... Foi inevitável".

Já Bento é o Menino que Não Sabia Chorar, numa outra referência franca e direta. Bento nasceu com fissura labiopalatal, o lábio leporino, aberto no lado direito. A fenda costuma se associar a outras malformações, no caso de Bento, um problema no canal lacrimal direito. As lágrimas não chegam lá. E ele não consegue chorar.

A tristeza se transformou em poesia escrita e visual nas mãos dela. "Sim, algumas pessoas ficam chocadas. Mas eu achei tão lindo ele não saber chorar... Veja bem, é preciso ter humor para ter filhos, e eu tenho muito humor para lidar com o Bento", diz Luiza, que faz massagem no olho do pequeno todos os dias.

As crianças ainda são protagonistas de dois blogs, nos quais ela conta o cotidiano para que elas possam ler quando crescerem. "Minha mãe escrevia cadernos assim para a gente. Adoro ler esses textos."

A caçula Luiza teve em Sorocaba o que chama "infância do jeito que tem que ser", o que incluía jogar futebol com o irmão mais velho, hoje advogado, e brincar nas ruas com a irmã, atual engenheira. Seus pais tinham (e ainda têm) uma confecção, e foi ali que a menina cresceu, respirando todas as manhas da indústria fabril.

SOROCABA-SP

Aos 16 entrou na faculdade de artes plásticas da Faap, em São Paulo, e aos 21 estava formada, procurando trabalho no mercado de fotografia. Suas séries de imagens, que impressionaram o professor, eram sobre pele. "Passava horas fotografando minha avó Edna. Os pés, as mãos, cada dobrinha, tudo em close".

Em 2007, abriu a loja na galeria para revender a produção da confecção sorocabana dos pais e, aos poucos, trocou a fotografia pelos desenhos, criando seu estilo de linhas finas e pretas. Logo estava assumindo o desenho de toda a produção da confecção (mil peças por mês), com seus vestidos retrô-chiques, e expandindo os pontos de venda (hoje tem uma revenda no Acre).

No meio tempo, Luiza conheceu o diretor de TV Caetano Caruso, na balada underground Astronete, no Baixo Augusta, e se apaixonou. Daí vieram Clarice e Bento. E muitos outros afazeres, domésticos e poéticos.

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