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Serafina

'Oprah Winfrey da China' ensina a se vestir e a se comportar em público

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Diante da plateia estudantil em uma das principais universidades de Pequim, Yue-Sai Kan se cala e percorre o salão com o olhar, até apontar para três jovens.

Com o traquejo de quem já foi chamada de "Oprah Winfrey da China" e inaugurou a era das celebridades no país, Yue-Sai, 63, assume a sala de aula como quem comanda um programa de auditório.

"Você, você e você", dispara, surpreendendo os eleitos, corados de vergonha. "Me passem seus casacos."

Os trajes servirão de exemplo para que a guru chinesa da moda e da etiqueta dê algumas lições básicas de como se vestir e "para azar dos escolhidos" principalmente de como não se vestir.

"Somos amarelos, esses tons não combinam com a nossa pele. Esse marrom não dá! Minha cor favorita é o vermelho, que me deixa jovem."

Apesar da humilhação pública, os estudantes aplaudem muito e ela é cercada quando o mix de palestra com "talk show" de autoajuda chega ao fim.

Aos olhos desses universitários, Yue-Sai é mais do que um modelo de sofisticação. Num país que saiu da fome em massa para ser a segunda potência econômica mundial no espaço de uma geração, a empresária, escritora e ícone "fashion" é um exemplo de sucesso.

Todos querem ser Yue-Sai Kan.

Nascida em Guilin, cidade no sudeste da China, filha de um pintor famoso, Yue-Sai mudou-se para Nova York logo depois de completar 20 anos.

Lá, apresentou na TV uma série que explicava a cultura oriental. Voltou à China com status de celebridade.

Em 1984, quando o país ainda dava os passos iniciais da abertura econômica, o regime comunista a convidou para criar um programa na CCTV, o canal estatal chinês. Vista toda semana por um público de 300 milhões de pessoas, ganhou fama quase instantânea.

Autora de oito best-sellers, ensinou etiqueta e estilo aos chineses, saídos do isolamento xenófobo imposto pelo líder revolucionário comunista Mao Tse-tung.

Mas os chineses ainda estão longe de assimilar suas lições de bons modos.

"São barulhentos, confundem o espaço público com o privado, são rudes, empurram", afirma. "E olha que está cem vezes melhor do que quando comecei."

Com a empresa de cosméticos que fundou e que foi vendida à L'Oréal por R$ 100 milhões, ficou rica e expandiu sua pregação ao mundo da vaidade feminina.

"Quando lancei minha linha de cosméticos, em 1992, ninguém usava maquiagem na China, só as atrizes. Tive que educar as mulheres", conta.

Um exemplo de como as coisas mudaram é a nova primeira-dama chinesa, Peng Liyuan. "Ela sabe se vestir e usa maquiagem", diz Yue-Sai. "Por isso, atrai tanta atenção. É um sopro de ar fresco."

Íntima de ricos e famosos do "jet set" internacional, de Washington ao Rio de Janeiro, ela saca o celular para mostrar números de amigos brasileiros. Entre eles estão o empresário Mario Garnero, a estilista Lenny Niemeyer e a jornalista Ana Paula Padrão.

No último Réveillon, da janela de seu apartamento na praia de Copacabana, maravilhou-se com a queima de fogos e com o jeito livre das mulheres brasileiras.

"São seguras de sua feminilidade, não têm medo de ser sensuais. São muito diferentes das chinesas."

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