Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
Publicidade

Serafina

Criadora da Flip que fez fortuna com Harry Potter leva festa de Paraty à Inglaterra

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

A editora inglesa Liz Calder, 75 anos, sempre viveu com um pé –ou dois– fora da Inglaterra. Uma das idealizadoras da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), Liz prepara para outubro a primeira edição da FlipSide, braço inglês do evento brasileiro, que terá como homenageados Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Entre os escritores convidados estão Milton Hatoum, Bernardo Carvalho e Adriana Lisboa.

O local escolhido é tão charmoso e peculiar quanto Paraty: um conjunto de edifícios do século 19, chamado Snape Maltings, no leste da Inglaterra, que costumava ser usado pela indústria de cerveja. A ideia é que a FlipSide se torne uma espécie de palco inglês para artistas de diferentes partes do mundo.

"No Reino Unido, não se convidam muitos autores estrangeiros para esse tipo de evento. Será um acontecimento incomum aqui porque celebrará a literatura de outros países", explica a editora.

Apesar de ser entusiasta da jardinagem, espécie de hobby nacional bretão, Liz não fica muito à vontade em sua terra natal. "Não me sinto muito inglesa", confessa.

Ainda criança, migrou com sua família para a Nova Zelândia, onde o pai foi trabalhar como criador de ovelhas. Com o primeiro marido, Richard Calder, viveu também nos Estados Unidos e no Canadá, além de ter passado quatro anos no Brasil durante a década de 1960 -período no qual trabalhou como modelo para grifes como Biba e Paco Rabanne.

De lembranças do Brasil, apenas um papagaio de nome Juju, que levou com ela, além de discos de bossa nova que a ajudaram a manter contato com o português. Dedicou as três décadas seguintes ao período brasileiro à sua carreira na Inglaterra.

Nos anos 1980, fundou a própria editora, a Bloomsbury. Com o tempo, especializou-se na descoberta de escritores que atuavam na periferia do antigo Império Britânico. Nomes como o do indiano Salman Rushdie ou o do autor do livro "O Paciente Inglês", Michael Ondaatje, natural do Sri Lanka.

Em 1997, cruzou o caminho da Bloomsbury uma inglesa de nome Joanne. A aspirante a escritora tentava emplacar a história de um bruxinho de nome Harry Potter. A empresa comprou a ideia, e a série de J.K. Rowling vendeu mais de 400 milhões de cópias ao redor do mundo.

A editora, rica e feliz, decidiu então investir em um projeto pessoal. Assim, nasceu a Flip. Criada em 2003, a festa literária é, para Liz, "uma esperança de que a literatura brasileira se torne mais conhecida e mais traduzida no resto do mundo".

Em 2013, a Flip realiza sua 11ª edição e homenageia o alagoano Graciliano Ramos. "Gosto de escritores que me trazem novos mundos, novas experiências, não daqueles que simplesmente confirmam minha percepção das coisas. Escritores britânicos são ótimos, mas não me entusiasmam tanto quanto os outros", explica Liz, feliz em fazer da Inglaterra um lugar um pouco menos inglês.

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Envie sua notícia

Siga a folha

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página