Serafina
Marina Person escreve sobre o "fantástico" Wagner Moura
Até hoje lembro a primeira vez que o vi no cinema. Era quase uma ponta, papel pequeno mesmo, mas que me impressionou. No filme "As Três Marias" (2002), de Aluizio Abranches, Wagner fazia o papel de um matador de aluguel. Eram poucos minutos, mas arrebatadores. Coisa de um ator que não desperdiça a chance de mostrar a que veio. E ele segue fazendo isso.
Com Wagner Moura no elenco, "Elysium" retrata o mundo como um lixão
Adepto do estilo "axé acting", Wagner Moura ganha 1° grande papel em filme americano
No começo de agosto, eu estava em Los Angeles para a pré-estreia de "Elysium", filme que, além de ter a já hollywoodiana Alice Braga no elenco, também é a estreia de Wagner no cinema internacional. O papel é muito bom, o que ajuda, mas a entrega e a ousadia com que "Mr. Moura" (como os americanos gostam) interpreta Spider chamaram a atenção até do "New York Times": "Fantastic", disse o jornal.
Confira imagens dos trabalhos de Wagner Moura
E, nessa noite de 7 de agosto, foi com alegria que vi um dos nossos atores botando o pé na porta do esquemão americano. É um blockbuster, é um filme de cem milhões de dólares, é intimidante. Mas é o Wagner Moura que a gente conhece de "Tropa de Elite", de "Paraíso Tropical", de "A Máquina". O cara que, quando chuta, a bola entra no gol.
Tenho a oportunidade de entrevistar vários atores por causa de "O Papel da Vida", programa que faço no Canal Brasil, e gosto de perceber as diferentes relações que eles têm com a profissão. O Wagner é um dos que levam a coisa realmente a sério. Ele pertence a uma classe de atores que têm um respeito e uma reverência comoventes pelo ofício, que não enganam.
Ao me contar porque Hamlet, no teatro, é o papel da sua vida, Wagner me disse: "O ator mais se expõe do que se esconde atrás do personagem".
Fiquei um tempão refletindo sobre essa frase e pensei que, se por um lado nem sempre ela é verdadeira, quando ela acontece, são aqueles momentos mágicos da atuação. Quando você deixa de ver o ator e enxerga apenas o personagem. E Wagner tem nos proporcionado essas mágicas.
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