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Serafina

Nome do momento, ator inglês encarna criador do WikiLeaks em filme

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De Julia Roberts a George Clooney, passando por Sandra Bullock e Brad Pitt, estrelas não faltaram no último Festival de Cinema de Toronto, que aconteceu entre os dias 5 e 15 de setembro. Mas nenhuma chamou tanta atenção quanto o inglês Benedict Cumberbatch, 37.

Ele estava em três dos filmes mais badalados do evento: "O Quinto Poder", de Bill Condon (estreia no próximo dia 25), "Álbum de Família", de John Wells (com lançamento previsto para janeiro), e "12 Years a Slave", de Steve McQueen (ainda sem título em português ou previsão de estreia no Brasil).

E olha que só em "O Quinto Poder" ele faz o protagonista –o australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks.

Em "Álbum de Família", com Julia Roberts e Meryl Streep, Benedict vive um sujeito doce e desprezado pela própria mãe. Já em "12 Years a Slave", ele interpreta um fazendeiro, na história real de um homem negro e livre, que foi sequestrado e vendido como escravo nos EUA do século 19. Os três filmes geraram "Oscar buzz", o burburinho de festival que indica que um longa ou um ator podem receber indicações ao Oscar.

Mas Cumberbatch foi além do "buzz". Até a cor de seu cabelo foi alvo de discussões. Segundo o ator, a resposta certa é castanho-avermelhado, bem diferente do loiro quase albino que ele usa no papel de Julian Assange.

"O Quinto Poder" conta a história da fundação do WikiLeaks, site criado por Assange para a publicação de dados e documentos secretos, vazados anonimamente. Foi por meio dele que o militar Bradley Manning, condenado recentemente a 35 anos de prisão, vazou informações sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque, depois editadas e publicadas pelos jornais "The Guardian" e "The New York Times" e pela revista "Der Spiegel". O episódio é retratado no longa-metragem.

O filme é baseado nas memórias de Daniel Domscheit-Berg ("Os Bastidores do WikiLeaks", lançado no Brasil pela editora Campus), ex-braço direito do australiano. E também no livro dos jornalistas do "Guardian" David Leigh e Luke Harding ("WikiLeaks: A Guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado", editora Verus).

Hoje, Domscheit-Berg e Assange são inimigos. O australiano mandou um e-mail para Cumberbatch antes do início das filmagens, pedindo para que ele não fizesse o longa. "Assange considera que os dois livros são contra ele e sua causa", diz o ator.

Cumberbatch então defendeu que Assange tivesse participação no filme e propôs um encontro com ele. O australiano está refugiado, desde 19 de junho de 2012, na Embaixada do Equador em Londres, para evitar ser extraditado para a Suécia sob a acusação de estupro –o que afirma ser uma manobra para prendê-lo por causa das atividades do WikiLeaks.

"Há muita gente que esquece que ele fundou o WikiLeaks, essa ideia extraordinária que mudou a maneira como vemos o mundo. Ele questiona a autoridade, exige mais transparência e responsabilidade nas democracias", diz Benedict.

Assange recusou o encontro e qualquer participação no filme, e o ator baseou sua interpretação em entrevistas e vídeos. O resultado impressiona. Cumberbatch usou implantes no rosto e deixou o cabelo igual ao do australiano, além de emular também a voz, o sotaque e os maneirismos do jornalista.

SHERLOCK PERSEGUIDO

O inglês de rosto recortado é adorado por fãs, autodenominadas "Cumberbitches" (um trocadilho com seu sobrenome e a palavra "bitch", vadia em inglês). Elas lotam as ruas onde é filmada a série inglesa "Sherlock", do canal BBC, que o tornou famoso na Inglaterra em 2010. O ator foge do assédio como pode e tenta manter sua vida privada em segredo.

O que se sabe é que namorou durante 12 anos a atriz inglesa Olivia Poulet. Mas o relacionamento acabou em 2011 e, desde então, ele se diz solteiro. Gosta de esportes radicais e de dirigir carros e motos em alta velocidade.

Apesar do jeitão de aristocrata, Benedict é filho de dois atores, Timothy Carlton e Wanda Ventham, que não tiveram tanto sucesso quanto o filho. O sobrenome Cumberbatch é do pai, que assina com o nome do meio.

"Meus pais ficariam muito mais felizes se eu fosse advogado ou médico, uma dessas profissões mais sãs", diz o ator, que se apaixonou por teatro na adolescência. Ganhou a bênção depois de uma apresentação de "Amadeus", de Peter Shaffer, na Universidade de Manchester, onde estudou teatro. Fez o papel do músico Salieri, o rival menos talentoso de Mozart. "Meu pai disse: 'Você é melhor do que eu sempre fui e do que eu sempre serei'."

Depois do Festival de Toronto, Cumberbatch voltou a Londres para filmar "The Imitation Game", em que vive outro personagem real, o matemático inglês Alan Turing (1912-1954), que ajudou a desvendar códigos nazistas durante a Segunda Guerra.

No futuro, o ator pode voltar a trabalhar com o diretor J.J. Abrams no novo filme da série "Star Wars". Benedict interpretou o vilão Khan no último filme do cineasta, "Além da Escuridão: Star Trek".

Mais certa é sua presença na versão cinematográfica do livro "Z, a Cidade Perdida" (2009), do jornalista americano David Grann, publicado no Brasil pela Cia. das Letras. O filme, que será dirigido por James Gray, baseia-se na expedição do explorador britânico Percy Fawcett (1867-1925) pela Amazônia, na década de 1920. Fawcett morreu no Brasil, em 1925.

O filme é da produtora de Brad Pitt, a Plan B. O galã americano queria o papel do explorador para ele, mas abriu mão em nome do inglês. As "cumberbitches" agradecem.

Spencer Murphy
Actor Benedict Cumberbatch poses for a portrait shoot in London on July 6, 2010.
o ator inglês Benedict Cumberbatch posa para foto em Londres em julho de 2010.
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