Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
Publicidade

Serafina

Diretor criativo da Lacoste quer modernizar a tradicional marca do jacaré

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Quando o português Felipe Oliveira Baptista, 36, foi convidado para se candidatar à vaga de diretor criativo da grife francesa Lacoste, teve 15 dias para preparar seu teste de admissão.

Já tinha passado pelas marcas Max Mara e Cerruti e era dono de sua própria confecção, mas não escapou da entrevista. "Eles queriam saber como eu poderia fazer a Lacoste evoluir em termos de cores, de imagem, de campanha", diz.

Pediram que preparasse dez projetos para ilustrar sua visão. "Voltei com 60", conta. O surto criativo garantiu o cargo e, em 2010, Felipe assumiu a casa francesa, criada em 1933 pelo tenista René Lacoste (apelidado de "jacaré" por seu estilo feroz em quadra –daí o logo).

E, desde então, usa a forma arquitetônica, geométrica e precisa com que enxerga a moda para reinterpretar a imagem de um ícone da moda, que fatura em média R$ 4 bilhões por ano.

"São 1.200 lojas no mundo, e meu desafio não é só fazer com que minha nova visão seja vendável, mas também entender como ela pode alimentar ideias. É um bocadinho como um laboratório."

Felipe continua com seu negócio e acredita que a vida dupla seja boa para todos os envolvidos. "Na minha grife, o processo criativo é caótico. Na Lacoste preciso me manter ligado aos valores históricos, que são riquíssimos." Outro valor da marca, ele diz, é sua qualidade democrática. "Você vê uma camiseta Lacoste no taxista e no empresário. O fato de ela ser usada por essa variedade de pessoas deixa a marca mais rica."

Felipe nasceu no arquipélago dos Açores, cresceu entre lá e Lisboa, estudou em Londres, trabalhou em Tóquio e em Paris. Isso tudo antes dos 30. "Cresci viajando pelo mundo porque meu pai era piloto de avião. Passei feriados no Rio. Isso me deu a chance de olhar as coisas com novos olhos."

Diz que escolheu estudar moda porque era das únicas disciplinas que o fariam mudar de país. "Poucas universidades no mundo tinham curso de moda. Pensei: 'Se escolher moda, consigo sair de Lisboa'." Formou-se na Kingston University, em Londres. De lá, seguiram-se trabalhos em Tóquio e Milão e a escolha de Paris como casa. É lá que mora até hoje, com a mulher e dois filhos.

Hoje, o ritmo do mercado amedronta o estilista. "Quando comecei a trabalhar com moda, fazíamos duas coleções por ano. Hoje, são quatro", diz. "É preciso ter cuidado para que o design não perca a qualidade."

A origem portuguesa de Felipe se faz presente em seu trabalho. "Quando desenho, meu lado português aparece de forma natural. É sóbrio, mas, ao mesmo tempo, bastante cru, o que me encanta."

Para ele, o fato de Portugal ser uma espécie de fronteira entre a Europa e o norte da África, entre a cultura árabe e a europeia, cria uma mescla que não é encontrada em nenhum outro lugar. "É uma mistura linda e sensual, e muita gente em Portugal não tem noção da riqueza dessa herança árabe."

E nesse ponto Felipe estabelece uma ligação com seu empregador. "Gosto muito da ideia de fazer coisas novas, mas sem se esquecer de onde se vem. Isso me fascina no trabalho que faço aqui: pensar no futuro, em inovações, mas mantendo o passado vivo."

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Envie sua notícia

Siga a folha

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página