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Serafina

Ferreira Gullar escreve sobre "um dos mestres da arte contemporânea"

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Abraham Palatnik é um dos artistas mais originais de sua geração. E a sua geração foi a dos pioneiros da arte não figurativa no Brasil, que surgiu no final da década de 1940 e no início da década de 1950. Essa geração tinha como mentor –se se pode dizer assim– o crítico Mário Pedrosa, um dos responsáveis pela introdução da arte concreta no Brasil.

A essa geração pertenciam, além de Palatnik, Ivan Serpa, Almir Mavignier, Franz Weissmann e Lygia Clark. Sucede que, enquanto esses artistas pintavam ou esculpiam valendo-se dos materiais tradicionais, Palatnik passou a trabalhar com luz e movimento: ele inventou, em 1949, um novo meio de expressão que intitulou de "aparelho cinecromático".

Barrado na Bienal, Palatnik inventou máquina de pintar com luz e virou um dos grandes da arte mundial

Tratava-se indiscutivelmente de uma inovação, já que, em vez de formas geométricas com cores simples, que caracterizavam a pintura concreta, o aparelho de Palatnik era semelhante a uma tela de televisão, onde surgiam, misteriosamente, formas e cores de luz; essas formas emergiam no fundo escuro da tela e a atravessavam num voo, como se se tratasse de corpos celestes, cometas, nascidos da luz.

Esse aparelho foi uma criação tão inusitada que, ao ser enviado para a 1ª Bienal de São Paulo, em 1951, ninguém soube onde colocá-lo, onde situá-lo. O que era aquilo? Pintura não era, cinema não era. O "aparelho cinecromático" foi posto num espaço especial –já que fugia a toda e qualquer categoria artística conhecida. Ainda assim, ganhou menção honrosa naquela importante mostra internacional.

Mas a tal invenção trazia consigo um problema –problema que enfrenta toda criação que, no terreno das artes plásticas, envolve movimento real, não virtual como a pintura. As imagens criadas por Palatnik eram encantadoras, mas, após alguns minutos, passavam a se repetir.

Esse mesmo problema enfrentou Thomas Wilfred, o primeiro a usar a linguagem cinecromática, quando criou, algumas décadas antes, o "Clavilux". Dedicou o resto de sua vida a tentar resolver o problema da repetição inerente ao movimento mecânico.

Já Palatnik abandonou a linguagem que se vale da luz e do movimento para criar objetos cinéticos no espaço real. Com eles, conquistou renome internacional e tornou-se um dos mestres da arte cinética contemporânea.

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