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Serafina

Leia entrevista com arquitetos nórdicos de renome que fazem chalés de até 18 m²

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Em um mundo obcecado pelo crescimento, os arquitetos do escritório norueguês Rintala Eggertsson, fundado em 2007, têm predileção pelas construções pequenas, muito pequenas. Os projetos de uma cabana nas montanhas ou de uma ponte para pedestres sobre um riacho ganham, em suas mãos, traços modernos. Envolvidos pelas espetaculares paisagens locais de montanhas rochosas, neve eterna e fiordes –vales do norte da Europa esculpidos pelo gelo–, os minúsculos e poéticos edifícios são construídos com materiais locais, sobretudo madeira.

Na vila de Seljord, que tem 3.000 habitantes e fica a três horas de carro da capital, Oslo, o escritório desenhou uma torre de observação de um lago com apenas 18 m², o equivalente à menor quitinete do Copan. Neste ano, em parceria com estudantes, construíram, no alto de uma montanha, um ponto de descanso para andarilhos de 6 m², menor que uma vaga de estacionamento.

Por trás desses projetos estão dois estrangeiros: o finlandês Sami Rintala, 44, e o islandês Dagur Eggertsson, 48, que –junto com a norueguesa Vibeke Jenssen– são os donos do escritório. A realidade dos arquitetos em nada se parece com o caos das grandes metrópoles brasileiras. Morando em um país com o terceiro maior PIB per capita do mundo (atrás somente de Luxemburgo e Qatar), eles procuram uma maneira mais simples de viver, que também aparece em seus projetos.

Sami, por exemplo, acorda todo dia bem cedinho para pescar salmão selvagem. Já Dagur pintava a fachada de sua casa quando parou para conversar por Skype com a Serafina, ao lado de seu colega finlandês, sobre como é sonhar e construir coisas muitas pequenas.

Serafina - Por que fazer projetos tão pequenos?
Dagur - A acupuntura funciona, às vezes, melhor do que a medicina tradicional. Buscamos soluções simples para situações pequenas e pensamos a arquitetura como uma coisa que você veste, como uma roupa. Se voltarmos muito no tempo, havia apenas uma camada entre a pele e o ambiente, feita de tecido ou couro. Quando o ser humano passou a usar cavernas ou construir abrigos, surgiu uma terceira pele. Parece-me difícil resolver grandes questões se o corpo humano permanece tão pequeno.

Qual a principal diferença entre fazer um projeto mínimo e um grande?
Sami Desenhar uma cadeira ou uma lâmpada se torna a própria arquitetura. Além disso, em um projeto pequeno –como uma casinha– pensamos muito em como o edifício se relaciona com a natureza do entorno. Já em um projeto grande, você simplesmente remove pedras e árvores para aterrissar um objeto enorme no terreno.

Existe a preocupação com um estilo de vida que combine com essas minúsculas construções?
Sami - Todos conhecem os desafios ecológicos que enfrentamos hoje. Porém, devemos ter também uma resposta filosófica, e não apenas tecnológica, para essas questões. Isso tem a ver com a simplicidade material da vida, que quer dizer procurar mais felicidade em vez de muitos bens. A riqueza pode ser medida em qualidade e não quantidade. Penso, por exemplo, em casas menores, mas construídas com materiais melhores e com pessoas felizes dentro. Parece ingênuo, mas acredito nisso.

Por que os projetos são na Noruega?
Dagur - Nos mudamos para cá porque fomos capturados por garotas vikings [risos]. Além disso, é bom viver em realidades diferentes das nossas.
Sami - As cidades neste país são pequenos pontos no meio de imensas áreas. A densidade demográfica é muito baixa. Quando se constrói aqui, quase nunca há edifícios ao redor, mas há a natureza.

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