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Serafina

Michael Pollan combina história, ciência e filosofia para pensar sobre comida

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Michael Pollan nos ensina muita coisa. Mais do que ir à cozinha preparar um churrasco de paleta suína (que pode assustar um cozinheiro amador) ou um pão de fermentação natural (que exige mais paciência do que temos para dar), ele nos ensina a pensar sobre a comida.

Autor de sete livros (quatro traduzidos para o português), Pollan é um rebelde da atual cultura gastronômica —e coloca no centro de seus estudos o caminho do alimento entre o campo e o prato, obscurecido pela indústria alimentar moderna.

Leo Eloy

Para conhecer esse trajeto, visitou, por exemplo, uma fazenda de galinhas orgânicas na Califórnia, como relata em "O Dilema do Onívoro" (2006). Lá, encontrou instalações automatizadas, nas quais "uma ave cacarejante é transformada em dez minutos num pacote plastificado contendo suas partes devidamente separadas". Era o oposto da imagem romântica que fizera em
sua cabeça.

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No cenário norte-americano, que ele toma como base, a comida processada, esvaziada de conteúdo e história, ocupa o lugar da cozinha tradicional -e até os produtos orgânicos, em sua visão, caem em contradição ao seguirem uma lógica industrial.

Pollan combina história, ciência, antropologia e filosofia com embalagem literária em sua obra, que há de servir de referência nos estudos da alimentação moderna. Tudo isso sem tornar suas palavras distantes do leitor. Pelo contrário.

O escritor passeia por relatos atraentes para tratar de assuntos ora práticos, ora filosóficos -que sempre tocam a minha e a sua vida.

Em "Regras da Comida" (2009), lista 64 ensinamentos que substituem os enfadonhos livros de dieta. São regras como "coma quando tiver fome, não quando estiver entediado" ou "coma todas as besteiras que quiser, desde que você mesmo as cozinhe".

Em seu último livro, "Cozinhar - Uma História Natural da Transformação" (2013), o fio condutor é biográfico: ele descreve seus aprendizados na cozinha e, por meio de preparos, retoma a importância de uma refeição compartilhada em volta da mesa, onde as crianças "adquirem os hábitos que caracterizam a civilização".

Pollan é um sujeito que vê no supermercado uma experiência tão prazerosa quanto fuçar estantes de uma livraria. E, conforme fixou ideais em sua obra, impregnou sua própria rotina com eles. A saúde. A luta pela felicidade diante do que comemos. A missão de convencer as pessoas de que é preciso voltar para a cozinha.

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