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Serafina

Em praia de NY, colunista reflete sobre a cidade e a Copacabana de suas memórias

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Como previsto, abriu um sábado de sol. A combinação da véspera deu certo. Vamos com amigos a Fort Tilden. O nome é de um velho forte que protegia a entrada da baía e o porto de Nova York, instalado num pedaço da península de Rockaway, na face voltada para o mar aberto.

Agora é só ruína -e uma praia pacífica e alegre, frequentada por gente legal, mulheres de topless, gays e hipsters.

E lá fomos num carro preto alugado, com saquinhos de frutas, cangas, toalhas, chapéus e sombrinhas -na falta da velha barraca.

Em 40 minutos, pisávamos a areia fofa e logo entrávamos na água limpa, com temperatura agradável e ondas baixas.

Bruno Oliveira Santos

O relevo é plano, plantas serpenteiam pelas pequenas dunas e nenhuma estrutura urbana circunda a praia. Não há prédios, nem bares, nem restaurantes. Fora do alcance da visão, um estacionamento, casas aos pedaços e a velha igrejinha do forte.

"Melhor que Ipanema!", exclamou uma amiga carioca, radiante e nostálgica.
Quando cheguei aqui para passar um ano -que já vai chegando ao fim-, alguém me disse: "É o tempo para você conhecer quatro cidades diferentes, uma em cada estação".

É verdade. E sinto que Nova York, comumente associada a São Paulo, nas analogias precárias que fazemos entre cidades do mundo, na verdade se encontra com o Rio na esquina do verão.

Não pelas praias, que ficam afastadas, ou pelos rios, com "ferries", rebocadores, lanchas e jet-skis subindo e descendo. Se é um centro financeiro, dinâmico e orientado para o dinheiro, essa metrópole também é um lugar descontraído, falante e hedonista, com fervilhante diversão pelas ruas.

Em alguns pontos de Manhattan, entrevejo uma Copacabana de minhas memórias. Sem a praia esplêndida, mas com aquele ir e vir democrático de gente variada, alguns vestidos para trabalhar, outros em bermudas e havaianas. O sorvete na mão, os prédios com comércio no térreo, as quase quitandas (chamadas "delis") e as mesinhas com garrafas de cerveja nas calçadas.

O sol disse ao que veio em Fort Tilden. Depois de mergulhos, caminhadas, garrafinhas de água e fatias de fruta, decidimos voltar. Não sem antes fazer uma parada na igrejinha. É que ali, até as 18h, estava aberta à visitação uma instalação sonora da artista canadense Janet Cardiff, a inspiradora "The Forty Part Motet" -que tem uma versão imperdível instalada em Inhotim.

Chegamos na hora certa para ouvir a peça e voltar flutuantes rumo a Manhattan.

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