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Serafina

Pioneira do snowboard, Bev Sanders dá aulas de surfe só para mulheres

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A americana Bev Sanders tem um dom especial: ela transforma mulheres em garotas em menos de uma semana. Esse é o lema da sua empresa Las Olas (as ondas, em espanhol), que, nos últimos 17 anos, vem organizando "surf safaris" num vilarejo mexicano. A ideia é reunir professoras experientes e alunas dedicadas para aprender a arte do surfe num ambiente descontraído, com mar tranquilo e longe da pressão masculina.

Arquivo pessoal
A pioneira do snowboard e do surfe feminino Bev Sanders
A pioneira do snowboard e do surfe feminino Bev Sanders

Bev tem 61 anos e aprendeu a surfar depois dos 40, nos anos 1990. "Havia pouquíssimas mulheres no esporte, eram consideradas doidas. Mas percebi que era a atividade perfeita para nós", diz ela, sentada na areia da praia. "Há uma sensibilidade de dança, balanço, ioga."

Antes de apresentar o surfe para milhares de novatas, a americana já havia causado uma revolução em outro esporte também dominado por homens, o snowboard, ao qual dedicou duas décadas. Instrutora de esqui desde os 16, ela fundou em 1982 uma das primeiras
empresas de equipamentos da modalidade, a Avalanche, na Califórnia.

Ela inspirou o design das primeiras pranchas de snowboard menores, feitas para mulheres, e passou seis anos fazendo campanha para que o esporte, antes renegado, fosse aceito em resorts de esqui nos EUA. O engajamento valeu prêmios na indústria, até que ela resolveu trocar a neve pelo oceano.

"Aprender a surfar mudou minha vida. Senti uma confiança e uma alegria que não tinha desde a época do colégio. Queria compartilhar isso com outras pessoas", diz. "Passei muito tempo no snowboard, que sempre colocou a mulher no banco de trás. Era frustrante. Quando comecei a surfar e decidi ensinar o esporte para outras mulheres, vi que teria que ser do nosso jeito."

Só mulheres são aceitas nos programas organizados pela Las Olas. Além das aulas de surfe teóricas e práticas, há ioga, massagens, jantares e festas. O único homem permitido ali é o marido de Bev, Chris Sanders.

"As mulheres são mais solidárias do que se imagina. A camaradagem feminina é um componente importante dessa experiência", diz. Para a instrutora canadense Ainsley Parker, 34, a operação clube da Luluzinha é uma forma "mais suave" de mergulhar no universo do surfe. "Eles pensam diferente, talvez sejam mais lógicos", diz Ainsley.

"Tive professores e eles diziam apenas: 'Reme, reme, reme e levante [na prancha]'. Nunca me explicavam como remar ou como levantar. Fora que mulheres na água deixam o mar mais amigável."

A maioria das alunas são mulheres casadas, na faixa dos 35 anos para cima, que desembolsaram entre R$ 7 mil e R$ 10 mil para o pacote que inclui hospedagem de cinco dias e várias refeições.

Logo no primeiro dia na água, elas viram crianças no mar, intercalando tombos e engolindo muita água, mas também fazendo alguns acertos. Uma aluna torceu o pé na estreia e ainda assim voltou empolgada no dia seguinte. Outra, uma escritora de 60 anos, machucou o joelho ao cair da prancha e se afastou do grupo. Apesar de as aulas serem voltadas para mulheres, a essência do esporte não muda, avisa Ainsley. "Hematomas e arranhões fazem parte do surfe, sem dúvida."

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