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Serafina

Novo filme de Ridley Scott é colosso por fora, mas vazio por dentro

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Ridley Scott tornou-se um dos grandes diretores do cinema com uma carreira errática, que pode ser dividida em dois momentos. No primeiro deles, a tônica é a fantasia e a ficção científica de filmes como "Alien, o Oitavo Passageiro" (1979) e "Blade Runner, o Caçador de Androides" (1982), que praticamente inauguraram dois novos gêneros cinematográficos: o terror no espaço e o noir futurista.

O sucesso de "Thelma e Louise" (1991) foi a linha divisória. A partir daí, seus longas ganharam em ambição e grandiloquência. Aventurou-se nos épicos históricos, com fortes tintas religiosas. Fez "1492 - A Conquista do Paraíso" (1992), com a saga do navegador Cristóvão Colombo, o oscarizado "Gladiador" (2000), "Cruzada" (2005), "Robin Hood", de 2010 (que não é "histórico", mas quase). E agora "Êxodo", dedicado ao irmão Tony, também diretor, que se matou em 2012, aos 68 anos.

Seus longas perderam em imaginação, nos roteiros e cenários, o que ganharam em realismo, principalmente nos efeitos. Em 3D, "Êxodo" é um espetáculo sensorial: as bigas avançam sobre o espectador, as lanças perfuram a tela e a poeira levantada pelos cavalos invade a sala de cinema. Scott coloca sua própria curiosidade a serviço do público.

Ao retratar Moisés em sua vida adulta -primeiro como general do faraó e em seguida como refugiado e libertador de seu povo-, vai mostrando, de forma simplista, mas eficiente, as terríveis condições dos escravos hebreus, as táticas militares, as intrigas políticas e a arquitetura monumental de Mênfis, cidade do antigo império egípcio em 1.300 AC, período em que se passa o longa-metragem.

O Moisés interpretado por Christian Bale é, como todos os heróis do diretor, um sujeito obstinado, de coragem inabalável, justo com os mais fracos, implacável com os mais fortes, astuto e sedutor. John Turturro, como seu tio adotivo, destoa da rigidez dos outros intérpretes -especialmente de Sigourney Weaver, parceira habitual de Scott, mal escalada no papel de rainha.

Chama a atenção que os créditos de computação gráfica tenham duração épica. São centenas e centenas de artistas trabalhando em cada detalhe para aumentar a temperatura do filme, com vertiginosas tomadas aéreas de combates e perseguições, o detalhismo escatológico das dez pragas que assolam o Egito, além do tão esperado momento em que o mar Vermelho se abre para os fugitivos. Realmente impressiona.

O problema é que, em seu esforço faraônico para recriar o segundo livro da Bíblia, Scott tenha deixado pouco espaço para uma investigação mais profunda dos personagens e suas motivações.

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