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Serafina

Negro mais rico dos EUA faz fortuna recrutando fora da elite universitária

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Robert F. Smith, 52, surpreendeu o mundo empresarial ao estrear no mês passado na lista da revista "Forbes" das 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos. Ele é o segundo negro mais rico daquele país, perdendo apenas para a rainha do entretenimento, Oprah Winfrey.

Ao contrário de Oprah e de outros negros que costumam frequentar listas dos mais ricos, Smith não é atleta, cantor, ator ou apresentador.

Ele é engenheiro químico com mestrado em administração pela Universidade Columbia, em Nova York. Ou seja, Smith é um "nerd" que rompeu a barreira do preconceito em um setor dominado por brancos —"private equity", administração de fundos que compram participações em empresas.

Chester Higgins Jr.
+ grana - fama = engenheiro de US$2,5 bi - Surpresa da lista da Forbes, o gestor de fundos Robert F. Smith é apontado como o homem negro mais rico dos EUA #serafina91
Surpresa da lista da Forbes, o gestor de fundos Robert F. Smith é apontado como o homem negro mais rico dos EUA

Com uma fortuna estimada em US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 9,8 bi), Smith chegou ao 268º lugar da lista da "Forbes" gerindo alguns dos fundos de "private equity" mais bem sucedidos dos EUA, ainda longe do negro mais rico do mundo, o empresário nigeriano Aliko Dangote, que tem uma fortuna estimada em US$ 25 bilhões.

A empresa de Smith, a Vista Equity Partners, administra US$ 14 bilhões e dá retorno médio anual de espantosos 31% aos seus clientes. Isso tudo investindo em algo que parece bem pouco atraente —software empresarial.

Ele aplica o dinheiro de sua clientela em 30 empresas que empregam 28 mil pessoas pelo mundo, vendendo softwares que tornam poços de petróleo mais eficientes, usinas nucleares mais seguras e exames de sangue mais precisos.

Embora bastante discreto, Smith teve um casamento digno de celebridade. Em julho, uniu-se com a ex-coelhinha da "Playboy" Hope Dworaczyk, 30, na Costa Amalfitana, na Itália.

A cerimônia-ostentação foi no hotel Villa Cimbrone, que já recebeu hóspedes como Winston Churchill e Hillary Clinton. A noiva entrou ao som de John Legend, ao vivo. O filho de sete meses do casal, Hendrix, "flutuou" até o altar em uma nuvem criada pelo Cirque du Soleil.

Robert teve uma infância bem mais pé no chão. Cresceu em um bairro negro de classe média baixa em Denver. Quando bebê, em 1963, a mãe o levou para a Marcha sobre Washington, onde Martin Luther King discursou contra o racismo.

A formação intelectual sempre foi valorizada na casa de Smith: seus pais tinham doutorado em educação.

Ainda no ensino médio, candidatou-se a um estágio no Bell Labs, o mais famoso laboratório de pesquisas dos EUA, de onde saíram invenções como o transístor (dispositivo de controle do fluxo de eletricidade) e o laser.

A vaga era só para universitários, mas, graças a uma desistência —e à insistência de Smith—, ele entrou. Anos depois, formou-se em engenharia química pela Cornell e fez MBA na Columbia Business School. É autor de duas patentes registradas nos EUA e duas na Europa.

Passou anos na área de fusões e aquisições do banco Goldman Sachs, fazendo negócios com gigantes do setor de tecnologia como a Apple e a IBM.

Mas ele não queria ser consultor. Sua meta era aplicar suas teorias em suas próprias empresas. Para isso, montou um fundo para comprá-las.

Parte do sucesso de Smith é explicado por seus métodos pouco convencionais na gestão das empresas em que investe, a começar pelas contratações. Em vez de buscar recém-formados em universidades de elite como Harvard e Stanford, ele procura profissionais com potencial de liderança e usa um teste de personalidade na seleção de candidatos.

Um dos melhores vendedores de software de sua empresa consertava telhados antes de entrar na Vista. Outro era atendente em uma operadora de celular, e uma terceira entregava pizzas. Hoje, eles têm cargos de liderança.

Smith também normalmente aposta em negros, asiáticos e hispânicos.

Mesmo com o poderoso currículo, a questão racial ainda é um fator na vida do bilionário. Em entrevista ao jornal americano "The New York Times", afirmou que muitas vezes se sentiu pressionado a trabalhar duas vezes mais do que seus colegas brancos. "Ainda sinto isso quando estou captando investimentos para nossos fundos; alguns investidores não trabalham com a gente por causa disso [raça]."

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