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Serafina

Grifes trocam 'estilistas' de perfume, de olho em mercados como o Brasil

Cratera Estúdio
Chanel e Hermès trocam os seus "estilistas" de perfume em busca de aromas mais leves que conquistem novos mercados, como o Brasil
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Um cheiro novo é exalado pelas grifes Hermès e Chanel. Entre as poucas marcas de moda que mantêm um perfumista próprio, ambas trocaram seus "estilistas" especializados em engarrafar fragrâncias após décadas faturando quase R$ 9 por cada mililitro criado pelos franceses Jacques Polge, 73, e Jean-Claude Ellena, 69. Polge inventou Coco Mademoiselle, e Ellena deu origem ao Terre d'Hermès.

Oficialmente, a troca dos "narizes", como são chamados esses profissionais, foi motivada pela idade avançada dos antigos perfumistas, mas os efeitos do tempo sobre as fragrâncias também justificam as mudanças.

Polge foi substituído por seu filho Olivier, de 42 anos, cuja responsabilidade não se resume apenas a lançar novos perfumes, mas também a rejuvenescer a fórmula mais importante do século 20, a do Chanel Nº 5.

Serafina encontrou o perfumista no campo de "rosas de maio" da marca, em Grasse, no sul da França, para conhecer a nova versão "l'eau" da fragrância, mais leve que a original. Dos pequenos arbustos espalhados pela propriedade de uma das famílias mais antigas do lugar, são colhidas, manualmente, as pétalas da rosa para o perfume, lançado em 1921 e ainda um dos cinco mais vendidos da Europa e o primeiro no mercado asiático. "É um Nº 5 mais vivo, tem a luz que procurei traduzir nessa mistura das flores com os cítricos", explica Polge sobre a invenção. "É um tanto cremoso e bem mais aberto que a versão original."

Traduzindo do "perfumês", a novidade tem notas cítricas, cedro, sândalo e baunilha misturados aos aldeídos, cujo aroma similar ao do talco fez a fama do perfume e, ao longo dos anos, "envelheceu" no imaginário dos clientes mais jovens.

Já a Hermès contratou a ítalo-suíça Christine Nagel, 53, para fazer aromas mais leves. Em busca de um novo rumo para a casa, que nasceu como oficina de selas e usa couro em seus aromas, ela estreou com um perfume do reino vegetal. O Eau de Rhubarbe Ecarlate tem cheiro de ruibarbo, planta comestível pouco comum no Brasil.

PELE BRASILEIRA

O Brasil é um mercado estratégico para Nagel, que, antes de trabalhar para a grife francesa, criou fragrâncias para a marca brasileira O Boticário. "Minha experiência com seu país me faz acreditar no sucesso do Ecarlate. O brasileiro tem uma fascinação rara por frescor, mas, diferentemente de outros povos, o olfato de vocês é mais sofisticado para esse tipo de perfume", diz ela.

O gosto por perfume transformou o Brasil em um dos líderes mundiais no consumo de fragrâncias dos últimos cinco anos. Mas, mesmo que os brasileiros se perfumem diariamente, tanto Chanel quanto Hermès ainda vão ter de trabalhar para conquistar a pele local.

Segundo a consultoria Euromonitor, só 7% das vendas locais são de perfumes importados. "O brasileiro não paga mais de R$ 250 em um perfume que não deixe rastro", explica Renata Abelin, diretora de marketing da empresa alemã de fragrâncias Drom. "Fomos acostumados a achar que o 'eau de parfum', o mais forte, era bom. E o 'eau de toilette', mais usado pelas marcas estrangeiras, não tem a fixação que os clientes esperam."

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