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Serafina

Scarlett Johansson: a atriz mais lucrativa do mundo quer privacidade

Maciej Kucia
Scarlett Johansson - Publicada na revista Serafina de março de 2017
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Scarlett Johansson entra na sala preparada para matar. Toda de preto – terninho, camisa transparente por baixo e sapatos altos-, uma das atrizes mais bem pagas e conhecidas do planeta sabe o poder do contraste com seus olhos verdes e os novos cabelos loiros bem curtos, no estilo "pixie".

Seu novo longa, a ficção científica "A Vigilante do Amanhã", estreia no Brasil em 30/03. Nele, faz uma policial futurista que combate ciberterroristas depois de ter seu corpo destruído.

Ela mesma não estava 100% enquanto filmava e divulgava o longa, por mais que não fizessem menção a respeito. Sem a aliança de casamento, a atriz não mencionou o marido, o jornalista francês Romain Dauriac. Alguns dias depois, anunciou que estava se divorciando.

Mas Scarlett também tem outras preocupações. Ela participou da Marcha das Mulheres, que reuniu milhões de pessoas em janeiro em protesto às políticas do presidente Donald Trump.

Em seu discurso, disse que poderia apoiar o presidente se ele também "a apoiasse", principalmente na manutenção dos programas sociais dirigido às mulheres, como o "Planned Parenthood", que fornece acesso a métodos contraceptivos e abortos para mulheres,

além de contribuir para pesquisas na área de reprodução.

Apesar de se envolver em política e causas sociais, ela reluta em virar um modelo a ser seguido por suas fãs.

"Gosto de ser uma cidadã responsável, consciente do que acontece na sociedade e na política. Mas sou apenas uma atriz. Não escolho meus filmes pensando na mensagem", explica ela.

O nascimento de Rose, agora com dois anos, sua filha com Dauriac, também lhe fez ver o mundo de uma outra maneira. "Penso muito mais sobre o futuro da humanidade agora que tenho uma filha. Ando um pouco mais pessimista. A tecnologia, por exemplo, vejo como uma ameaça", revela.

CAMISINHA DE VESTIR

Nada melhor que enfrentar essa ameaça fisicamente. No longa baseado no mangá "Ghost In The Shell" criado pelo artista japonês Masamune Shirow, 55, e já transformado em desenho animado dirigido pelo japonês Mamoru Oshii, 65, que influenciou diretores ocidentais como James Cameron e as Irmãs Wachowski com sua visão futurista, Scarlett tem a chance de explodir robôs e máquinas no papel da androide Major.

"Antigamente, lutávamos contra alienígenas ou os russos no cinema. Agora, lutamos contra a tecnologia e contra nós mesmos. É assustador", filosofa.

Ela precisou estar em forma física perfeita para assumir o uniforme justo da policial do futuro, retirado fielmente da animação japonesa pelo diretor Rupert Sanders ("Branca de Neve e o Caçador"). "Foi como usar uma camisinha no meu corpo inteiro", brinca Scarlett. "No fim gostei da roupa, porque era de material emborrachado, então as cenas de luta doeram bem menos."

O que doeu foi a controvérsia sobre sua contratação. Quando Scarlett foi anunciada como a atriz principal do filme, houve críticas e acusações de apropriação cultural, já que a história original e a personagem são japonesas. "Desde o começo, Rupert queria que o elenco fosse muito diverso, porque fazia sentido, já que o filme se passa no futuro.

Nesse cenário, Hong Kong, onde se passa a história, teria se tornado um lugar em que várias pessoas do mundo migraram para buscar refúgio", dribla ela.

A opção por Scarlett Johansson faz sentido financeiramente para o estúdio. Ela é a atriz mais lucrativa do cinema, tendo rendido aos estúdios cerca de US$ 3,6 bilhões na carreira. Somente ano passado, em parte graças a "Capitão América: Guerra Civil", ela gerou US$ 1,2 bilhão em Hollywood. "Trabalhei duro para chegar onde estou", afirma a estrela sem pensar duas vezes.

Antes desse filme, Scarlett passou dois anos apenas fazendo participações rápidas ("Guerra Civil", "Ave, César") ou vozes em animações ("Sing", "Mogli: O Menino Lobo"). Antes de "A Vigilante do Amanhã", só protagonizou o inesperado sucesso "Lucy", em 2014.

PSICANÁLISE DE PAPEIS

"Quando assisti ao animê, não entendi direito a jornada da personagem", confessa. "Só consegui entender quando a dividi em três partes: o 'id', o superego e o ego, ou seja, quem ela acha que é, quem ela tem de ser, e quem ela realmente é."

Mas talvez seja apenas uma atriz de sucesso global, uma mãe que protege a filha ferozmente dos paparazzi e uma mulher de 32 anos em busca de uma identidade mais consolidada em um mundo caótico – tema de vários dos seus filmes.

"A Major tem todos esses pensamentos flutuando em sua mente o tempo todo, arrastando ela para a escuridão e para essa busca pelo seu verdadeiro eu", analisa Scarlett. "Ou talvez seja apenas uma reflexão do meu subconsciente", diz.

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