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Serafina

Estilista de Michelle Obama, Jason Wu se opõe a tratar luxo como fast-fashion

Jan Lehner
Jason Wu - publicado na revista serafina de março de 2017
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Quando Michelle Obama, 53, entrou no baile da primeira posse do marido, o ex-presidente americano Barack Obama, em 2009, deu início a uma parceria que redefiniu o papel da moda no noticiário.

Se hoje as roupas dos chefes de Estado servem de base para análises que extrapolam a descrição dos tecidos e da silhueta, foi porque o taiwanês Jason Wu, 34, passou a assinar, desde aquele dia, boa parte do guarda-roupa da ex-primeira dama.

Estilista da linha feminina da grife alemã Hugo Boss e de sua marca homônima, Wu, radicado no Canadá desde os quatro anos de idade, colou nos armários da elite de Nova York, onde desfila, a mesma ideia de que a roupa é a "extensão de uma mensagem".

"Ela pode assumir um discurso político, dizer algo que não é dito com palavras, como Michelle fez com bandeiras relevantes da administração de Obama, como o otimismo e a diversidade", diz.

Assuntos atuais como imigração e estímulo à indústria local também passaram pelo radar da cliente famosa.

Ao apostar em jovens imigrantes como ele e o tailandês Thakoon Panichgul, Michelle quebrou uma tradição das primeiras-damas americanas de só usar etiquetas "made in USA" produzidas por estilistas "originais de fábrica" em suas aparições públicas.

A título de comparação, sua sucessora, a ex-modelo Melania Trump, 46, prefere não arriscar e opta por conjuntos dos veteranos Ralph Lauren, 77, e Michael Kors, 57, e peças de grifes italianas.

Além das viagens oficiais, os conjuntos coloridos e texturizados de Wu acompanharam a então primeira-dama no baile da reeleição, em 2013, e na despedida de Obama da Casa Branca, no ano passado.

Tanta exposição não passou incógnita. A mistura de alfaiataria, apelo esportivo e sensualidade impressos nos desfiles da marca logo caíram nas páginas das revistas especializadas, na lista de indicados do prêmio do Conselho de Estilistas da América e no corpo de moças de diferentes origens. Há seis anos ele cria calçados para a marca brasileira Melissa.

"Sempre soube que as pessoas não querem usar um estilo específico, mas sim misturar padrões que as tornem mais bonitas", explica. "Meu trabalho, hoje, é entender as circunstâncias de cada mulher e amplificar suas necessidades."

Na esteira da onda "street", elementos do guarda-roupa urbano, aparentemente distantes dos trajes de gala pelos quais ele se tornou reconhecido, ganharam vida em suas últimas coleções. Sandálias rasteiras, calças folgadas e propostas descoladas do corpo foram
adicionadas ao repertório estruturado da Boss. Nada que descaracterize seu ideal de estilo.

ROUPAS POR LIKES

"Não acho que somos obrigados a seguir esse barulho do 'street', mas sim entender que essa corrente tem a ver com as pessoas procurarem roupas mais acessíveis." Crítico da ideia de que a roupa desfilada num dia é automaticamente posta à venda – modelo de negócio batizado
de "veja agora, compre agora" –, Wu acha perigoso "tratar o luxo como fast-fashion".

"Não é nada bom misturar os dois conceitos. O imediatismo não combina com a criação de valor agregado, algo que leva tempo para construir."

Para ele, hoje a criação de moda está baseada na quantidade de curtidas que uma foto pode atingir. "Toda essa velocidade do 'see now, buy now' tem a ver com as mídias sociais, as pessoas estão produzindo para que a roupa esteja nas redes. Há muita gritaria, o volume está alto demais. Isso não é nada bom."

O jeito reservado, típico das culturas asiáticas, explica o porquê de sua vida pessoal e suas posições políticas não serem destaques no noticiário. Wu, pouco se falou, trocou alianças há menos de um ano com o brasileiro Gustavo Rangel, diretor financeiro da marca Jason Wu
e seu parceiro há mais de uma década.

Questionado sobre a gestão de Donald Trump, ele desconversa. "Não entendo muito sobre esse assunto. Tenho uma opinião sobre ele [Donald Trump], mas ainda não vejo como a política pode influenciar a moda", diz.

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