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Serafina

Estação de trem do World Trade Center impressiona colunista

Bruna Canepa
Ilustração publicada na coluna de Marcos Augusto Gonçalves na revista Serafina de março de 2017
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Com suas toalhinhas de mesa quadriculadas em vermelho e branco, seus "crabs" gigantes e um extenso cardápio de peixes e frutos do mar, o Oyster Bar é um conhecido clássico nova-iorquino. O restaurante, que atrai turistas e locais, está instalado em outra memorável instituição -o Grand Central Terminal.

A impressionante estação de trem e metrô, a maior do mundo, que custou em valores atualizados cerca de US$ 2 bilhões, foi inaugurada em 1913 na esquina da rua 42 com a Park Avenue. Quem nunca a visitou -750 mil pessoas passam por suas portas a cada dia- muito provavelmente já a encontrou em alguma cena de cinema.

Tudo encanta e nos remete a uma era de progresso e ostentação do capitalismo industrial emergente que transformou os Estados Unidos no país mais rico do mundo: a arquitetura exuberante, o teto que reproduz um céu mediterrâneo invertido (há quem diga que foi um erro do artista e quem defenda que a ideia era reproduzir a visão de Deus das estrelas, vistas de cima), as luminárias douradas, os mármores e o precioso relógio ao centro do "maincourse".

Nomes estão associados ao empreendimento. William K. Vanderbilt, JP Morgan e William Rockfeller faziam parte do conselho que comprou a ideia de destruir a antiga estação e criar uma nova maravilha -quase foi demolida na década de 1970, não fossem os esforços da ex-primeira-dama Jackie Kennedy Onassis.

Agora, mais de cem anos depois, Nova York ganhou outro ambicioso terminal de trens e metrô, o "Oculus", criado pelo arquiteto Santiago Calatrava, o mesmo do Museu do Amanhã, no Rio. Custou US$ 3,8 bilhões. Tomar o trem numa das velhas plataformas do metrô nova-iorquino e descer no novo "hub" situado onde antes se erguiam as Torres Gêmeas é uma experiência e tanto.

Com as características "costelas" que acompanham as obras do espanhol, pisos de mármore, passagens sinuosas, tudo em branco, a estação também é uma estonteante ostentação arquitetônica, desta vez com as marcas do século 21.

A estrutura em forma de asas que se abre na parte externa encima uma monumental área subterrânea da qual se vê, no teto, não a pintura de céu italiano, mas frestas de vidro que deixam aparecer arranha-céus vizinhos e o espaço onde se projetavam as torres destruídas em setembro de 2011.

No comércio interno não há nada parecido com o Oyster Bar: lojas modernas de roupas e de comida -e uma agigantada Apple Store- contornam o espaço, que ainda não foi inteiramente ocupado e tem lá seus ares de shopping center.

Turistas circulam com celulares e câmeras na mão numa compulsiva tentativa de armazenar imagens. Difícil não reviver a primeira impressão causada por obras de Niemeyer, como a Oca ou o interior do Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Uma nostalgia futurista e fotogênica se impõe. Como um simulacro de si mesma, Nova York morre e renasce numa dinâmica que parece não ter fim.

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