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Serafina

Moveleiro, Houssein Jarouche abre em SP galeria com seu acervo de arte

Coletivo Amapoa/Folhapress
O empresário Houssein Jarouche posa na sala do seu apartamento, em SP
O empresário Houssein Jarouche posa na sala do seu apartamento, em São Paulo.
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Conhecido no circuito das artes por ser o dono da loja de móveis Micasa, por sua coleção de obras e por dar boas festas, Houssein Jarouche, 43, decidiu levar a cabo seu novo projeto após uma recusa.

O revés se deu há cerca de seis meses. "Quis entrar em uma feira de arte com a Micasa, mas a responsável disse que éramos bem conceituados, mas que não dava para entrar na feira porque o nosso forte é o design", lembra o filho de libaneses nascido em Santo André.

A ideia era participar do evento transformando o último andar da loja situada na rua Estados Unidos, 2.109, em São Paulo, em um espaço dedicado a exposições.

Algo que já ocorria há cerca de cinco anos, quando Jarouche começou a realizar mostras de fotografia e a expor obras de seu acervo pessoal de pop art -coletânea que monta há 15 anos.

Mas não deu certo. "E isso mexeu com o ego ou alguma coisa", conta, emendando que na mesma hora decidiu alugar um espaço para montar a sua própria galeria. "Comecei a andar pelo bairro e dez minutos depois encontrei o ponto. Negociamos e fechamos. Quero inaugurar em maio", afirma, sem apontar um dia específico, sobre a abertura da galeria dedicada à pop art (com um pouco de concretismo brasileiro) que levará seu nome e ocupará o imóvel onde antes funcionou a galeria Emma Thomas, no número 2.205 da rua Estados Unidos.

Ele não guarda rancor. "Aquilo me deixou chateado na hora Mas depois entendi que a pessoa estava certa. Foi bom para mim separar o design da arte", diz.

Ele próprio afirma que suas empreitadas acontecem "muito mais pelo lado emocional". Foi assim com o Plataforma 91, um espaço voltado para manifestações artísticas inaugurado em 2013 em um casarão do início do século 20 na Bela Vista. Quando um amigo o avisou sobre a disponibilidade de um imóvel na rua Major Diogo, Jarouche foi conhecê-lo com a ideia de montar um hotel design.

"Eu entrei naquela casa e fiquei louco. Não dava para fazer um hotel, mas sabia que alguma coisa tinha que ser feita ali." "Vontade antiga" do empresário, o hotel, contudo, não foi descartado. "Quero abrir no centro da cidade", diz.

A história contada por Houssein Jarouche sobre sua vida tem elementos clássicos de outros libaneses que prosperaram no Brasil. Seus pais se mudaram de Vale do Bekaa, no Líbano, para o município de Santo André em 1956. O patriarca começou a nova vida como mascate, comercializando artigos de cama, mesa e banho. Nos anos 1960, Jarouche pai abriu uma loja de móveis populares.
Segundo mais novo de um clã de nove irmãos (quatro mulheres e cinco homens), Hussein tinha 14 anos quando foi ao Líbano com os pais, que retornaram ao país natal -onde vivem até hoje.

VIRADO PARA MECA

Com 19 anos, ele voltou ao Brasil e abriu uma loja de móveis para cozinha. Em 1998, com 25 anos e associado ao irmão mais velho (todos trabalham no ramo de móveis), criou a Micasa em São Bernardo do Campo. Em 2004, mudou-se para o atual imóvel, com projeto assinado pelo escritório Triptyque.

De pranchetas do mesmo escritório saiu o ambiente do apartamento no Jardins em que vive desde 2006, atualmente com a namorada, a modelo Fabiana Mayer, 30, e três gatos (o Bahia, o Lince e o Chico). Com cerca de 300 m2, o espaço tem poucas paredes que servem de suporte para suas muitas obras de arte e uma mesa de DJ no meio da sala de estar.

Muçulmano que reza em casa e frequenta uma mesquita em São Bernardo, Jarouche também possui um apartamento em Nova York, para onde costuma ir algumas vezes por ano e de onde ele havia acabado de chegar.
Apesar do nome e da fé, ele diz nunca ter tido problemas na hora de entrar nos Estados Unidos. Dessa ida, para além dos "30 livros de design", da cidade americana ele trouxe ainda mais certeza de que a pop art está em alta.

"As pessoas estão tendo interesse maior pela arte de modo geral. E a pop art é uma vertente das mais fáceis de entender e se identificar. Você pode não saber nada de arte, mas, ao olhar para uma sopa Campbell, se identifica", conclui.

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