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Serafina

Musa da dança 'twerk' nos EUA, Big Freedia é um gay religioso

Divulgação
Big Freedia Album Cover
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Miley Cyrus popularizou o termo em 2013, 15 anos depois de Big Freedia começar a tomar o underground de Nova Orleans com um rap diferente. A performance da ex-princesa da Disney no "MTV Video Music Awards" chocou a plateia americana pelo excesso de lascívia. Enquanto cantava, Cyrus exagerava nas caras e bocas e rebolava junto à braguilha do cantor Robin Thicke.

Para o grande público, nascia o "twerk" -dança que foi taxada tanto de libertadora e revolucionária quanto de mau gosto e degradante para as mulheres. Em Nova Orleans, o twerk já era maior de idade, fazia parte da chamada "bounce music", subgênero do rap cujo nome significa música de chacoalhar, e já tinha uma protagonista: Big Freedia.

Famosa em Nova Orleans desde 1998, Big Freedia é a persona pública de Frederick Ross, um MC com vozeirão talhado no gospel e performances eletrizantes criadas em boates. Sua figura causa estranheza porque Freedia é um "crossdresser". Usa peruca, mas não é transexual, e sim um gay religioso e que rebola como poucos. Sua figura, somada a outros da cena bounce, ajudou a cunhar um sub-gênero: o Sissy Bounce, liderado por gays e transgêneros.

Comum no Sissy Bounce, twerk, na verdade, é só o movimento de mexer os quadris freneticamente para frente e para trás, que virou sinônimo de todo um estilo de dança e uma senha para que mulheres e homens, sem qualquer complexo, possam saracotear livremente.

"Quando comecei minha carreira solo, em 2000, minha fãs eram gays e mulheres. Elas iam aos meus shows porque podiam rebolar à vontade, sem serem julgadas ou importunadas. Mexer a bunda é libertador, e para dançar bem esse estilo é preciso ter muita energia e confiança em si mesmo."

Sobre o que se viu como apropriação branca, no caso de Miley Cyrus na MTV, Freedia é pragmática.

"Muita gente a criticou, mas o fato de ela ter popularizado o twerk foi ótimo. Eu represento a booty dance de raiz, a que surgiu como uma resposta à violência, à misoginia e à homofobia. Então, aumentou muito o interesse no meu trabalho e no de outros artistas", explica ela, de Madrid, onde esteve para dar aulas, ser juíza de um concurso e cantar.

Até 2005, Freedia era uma celebridade restrita ao underground de Nova Orleans.

Com o Furacão Katrina, que deixou 80% da cidade inundada, Freedia e outros nomes fundamentais do Sissy Bounce, como Katey Red e Sissy Nobby, se transformaram nos artistas da reconstrução, com popularidade ascendente e não mais restritos à periferia. Em 2009 surgiram os primeiros shows em Nova York.

Em 2012, veio a primeira aparição de alto nível na mídia nacional americana: o talk-show de Jimmy Kimmel. Em 2013 Freedia participou de um reality show da Fuse TV, e desde então tem colaborado com artistas como Lady Gaga e Beyoncé, e com nomes como DJ Diplo, produtor de Madonna e Shakira.

Em 2014 Freedia entrou para o "Livro Guinness dos Recordes", ao liderar a maior concentração de pessoas dançando twerk ao mesmo tempo: 406.

Freedia esteve no Brasil em 2013, para pequenas apresentações em casas noturnas no Rio e em São Paulo. "Amei o Brasil. Vocês com certeza são a capital mundial da bunda. Houve conexão instantânea com a nossa cultura de Nova Orleans, com o rebolado, com a alegria", derrete-se.

"Temos muito em comum."

VEJA MAIS

Clipe da música "Explode", do álbum "Just Be Free".

Clipe da música "Explode", do álbum "Just Be Free".

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