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Serafina

Vilarejo no Texas, Marfa é museu de arte contemporânea no meio do nada

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Nada te prepara pra Marfa. Você pode já ter visto a foto da Beyoncé pulando em frente à Prada de Marfa ou saber que lá é um ponto de arte contemporânea, mas, mesmo assim, nada te prepara para a paisagem, para a experiência infinita de horas no carro sem nenhum sinal de vida à sua volta, para a cidade que não parece ser especial e ao mesmo tempo é.

No oeste texano, no meio do deserto, perto da fronteira com o México, Marfa é hoje a meca do minimalismo, o segredo de quem ama arte contemporânea e o destino de quem quer ver obras gigantes de concreto e metal que intrigam até o mais leigo em arte.

A visita vale para entender porque essa cidade com cerca de dois mil habitantes virou o conceito de moderno de cabeça para baixo.

"Tempo e esforço são necessários para chegar a Marfa, algo que gostamos. Quando se trata de sentir a arte não há substituto para a experiência real em pessoa. Queremos que os visitantes dos nossos espaços observem a arte, os espaços, os materiais e se envolvam", diz Rainer Judd, filha de Donald Judd (1928-1994), o artista que começou tudo.

O caminho da cidadela rumo os guias de arte começou em 1971, quando Donald Judd, ícone do minimalismo, se mudou para Marfa num momento de crise com Nova York. O município texano estava em plena decadência e o preço do terreno era acessível. Ele comprou um campo de treinamento militar abandonado e faz dali sua casa. Daí em diante, além de idealizar suas esculturas industriais, em média maiores que um carro, adquiriu pontos históricos com o intuito de preservá-los. Judd então começou a trazer para dentro desses locais obras de seus amigos artistas: Carl Andre, Dan Flavin (1933-1996), Robert Irwin.

Ao caminhar em Marfa é fácil esbarrar com o sobrenome Judd. Ele ocupa a frente de vários prédios e delimita o fato de que o artista queria mesmo deixar sua marca na cidadezinha. Duas fundações sem fins lucrativos possuem grande parte da obra de Judd. A The Chinati Foundation foi fundada por ele, ainda em vida, e usada para trazer obras de outros nomes importantes para lá. Já a Judd Foundation surgiu depois e é tocada pelos dois filhos do artista, Rainer e Flavin Judd. Sozinha, a Judd Foundation tem 22 edifícios em Marfa e quase cinco mil m2 de espaço de instalação permanente. Todos os espaços estão como Judd deixou antes de morrer, em 1994.

As duas fundações fazem vários tours diários com acesso a obras exclusivas no que já foi a casa do artista, seu estúdio, sua biblioteca e até prédios que ele ainda não tinha ideia de como ocupar. Alguns dos imóveis foram restaurados após a sua morte, mas todos trazem sua marca: móveis que desenhou, peças de artistas que admirava, livros que leu etc.

NOVIDADES

No segundo capítulo que coloca Marfa no mapa da arte contemporânea, Virginia Lebermann e Fairfax Dorn, em 2003, compraram o antigo salão de danças do povoado para abrir um centro de arte contemporânea e mantiveram seu nome original.

"A paisagem me atraiu, mas Marfa tem algo que faz você parar. Sabe quando começa a tocar uma música e você para para ouvir? Marfa é a cidade que faz você parar", diz Dorn.

Hoje, a Ballroom Marfa endossa artistas que trazem temas relevantes no seu trabalho. A Prada Marfa, instalação artística mais icônica da cidade, da dupla de artistas Michael Elmgreen e Ingar Dragset, foi inaugurada em 2005 e financiada pela Ballroom. A loja Prada no meio do deserto tem itens da coleção outono 2005 da grife italiana e hoje é ponto de referência e alvo de protestos -de pichação a roubo de sapatos.

Marfa também já tem festival de cinema e de música próprios. Artistas brigam por residências e escritores buscam inspiração na cidade onde o aluguel é acessível e restaurantes de chefs importados não param de abrir. A Judd Foundation estima que 8.000 pessoas passem ali por ano. Não é um grande número, mas, julgando que as obras no meio do nada ficam a três horas da cidade pequena mais próxima, El Paso, parece algo.

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