A banda "As Bahias e a Cozinha Mineira" não esconde a raiz tropicalista.

Em setembro lançaram o "Bixa", seu segundo álbum em estúdio. A homenagem é ao "Bicho" (1977), de Caetano Veloso, mas quando as Bahias cantam, quem ecoa é Gal Costa.

"Aprendemos com Gal a sermos ecléticas, camaleônicas. 'Bixa' não é só a purpurina. É um disco de música pop brasileira que questiona a natureza humana, nossos instintos. Interage com a nossa nudez, com a fauna urbana", diz uma das vocalistas, Assucena Assucena, natural de Vitória da Conquista, no sertão baiano.

O grupo foi batizado pelos apelidos de seus integrantes na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na USP. O mineiro Rafael Acerbi compõe os arranjos, enquanto Assucena e Raquel Virgínia se empenham nas letras. Também vocalista, Raquel era chamada de 'Bahia', apesar de ser natural do Grajaú, distrito periférico da zona sul de São Paulo.

O show de lançamento na capital paulista acontece no próximo dia 20, na Audio Club, onde a banda divide a estreia com o álbum "Ottomatopeia" - novo trabalho do cantor Otto, que demorou cinco anos para ser finalizado. Também subirá ao palco a cantora Pitty.

"Quando fizemos a proposta para a Pitty de fazer o show com a gente ela respondeu o e-mail com o título 'amei'. Ficamos muito felizes porque ela sempre representou emponderamento. Sem contar que rock é antropofagia", comenta Assucena.

Segundo a artista que, assim como Raquel, é transexual, parte da escolha da parceria vem da importância do papel militante da música.

"Estamos num processo de desconstrução do masculino e feminino. Trabalhar com artistas que discutam isso nesse momento de patrulha ideológica é política, além de arte. Essa militância faz parte da gente, é o que nos sustenta", diz.

AS BAHIAS E A COZINHA MINEIRA E OTTO

QUANDO nessa sexta (20), às 22h

ONDE Av. Francisco Matarazzo, 694 - Barra Funda, SP, tel. 3862-8279

QUANTO R$ 60; classificação 18 anos

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Música "Urubu Coruja, Coruja Urubu", de As Bahias e a Cozinha Mineira