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Serafina

Contratos milionários determinam os vestidos do tapete vermelho

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Cercado de um ideal de glamour que remonta ao século 13 a.C., quando, segundo peça de Ésquilo (426 a.C.-456 a.C.), o rei Agamemnon chegava a Micenas pisando em chão bordado de linhas rubras, o tapete vermelho virou ápice da vaidade das celebridades e da indústria do entretenimento popularizado no final da segunda guerra.

A lógica da diferenciação baseada nas aparências moldou um negócio bilionário para a moda. As atrizes têm, as cantoras também, a debutante tem, por um dia. Pagando, você também pode ter.
Mas, ter o quê? É essa resposta que gira mercados, desfiles de alta-costura, eventos VIP e bailinhos de fim de semana.

O que querem as mulheres, segundo o estilista Jonathan Saunders, da grife americana Diane Von Furstenberg, é confiança, "roupas que lisonjeiem seus corpos e as mostrem em sua melhor luz para experimentar padrões que podem não ter considerado usar antes".

Essa sedução acende a luz do poder e da inveja alheia e talvez explique o vestido de festa, pano mais caro do mercado da costura. Se assinado por uma grife francesa, ele pode custar quase R$ 1 milhão e manter a saúde financeira da casa de moda por vários meses.

Não é por acaso, então, que estilistas e grifes invistam pesado em contratos longevos com atrizes. A permuta chegou a Hollywood por meio de Jennifer Jones (1919-2009), que em 1944 apareceu no Oscar com um colar emprestado pela joalheria Harvey Winston. Na receita da queda do produtor Harvey Weinstein, acusado de assediar centenas de mulheres envolvidas em seus filmes, os meandros do negócio do tapete vieram à superfície. O executivo obrigava atrizes envolvidas em seus filmes a vestir a grife Marchesa, de sua ex-mulher, a estilista Georgina Chapman.

A marca chegou aos holofotes em pouco tempo, feito impossível sem uma carteirada. O toma lá, dá cá uniformizou o "visual de sonho". A medida da exuberância virou um misto de imagem limpa com uma pele ou outra aparente. Não se pode errar, sob o risco de cair nas listas de mal vestidas.

PATRULHA

Segundo disse Stefano Gabbana, da marca Dolce & Gabbana, em entrevista à Folha, criar para tapete vermelho "virou um saco". "Atrizes do Oscar querem ter algo único, mas impõem regras e se sentem inseguras facilmente", disse.

Há uma explicação. Cobra-se autenticidade das celebridades, mas a mão implacável das redes sociais não perdoou, por exemplo, o vestido amarelo de Rihanna no MET Gala, em 2015, assinado pelo chinês Guo Pei. O longo amarelo foi comparado a um omelete.

Essa patrulha do certo e errado produziu dois movimentos: um de manifesto contra a "superficialidade" da moda e outro de negação da beleza. Quanto ao último, o caso mais recente é o da cantora Rita Ora, que neste mês foi ao prêmio EMA (Europe Music Awards) vestida com um roupão de banho.

Na esteira do "empoderamento", as atrizes Reese Witherspoon, Cate Blanchett e Emma Stone foram algumas das que aderiram ao clube do "Ask Her More", (pergunte mais a ela), hashtag criada pela comediante Amy Poehler como crítica às entrevistas que só perguntam a etiqueta do vestido. Após a gritaria inicial, o silêncio.

Para as atrizes, não é difícil escolher entre ser uma celebridade engajada ou a bela da noite. No mundo encantado do entretenimento, o close certo engorda contas bancárias, muito mais que a atitude polêmica no tapete vermelho.

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