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Serafina

Reinaldo Lourenço volta à SPFW com coleção inspirada em Kubrick

Vivi Bacco
O estilista Reinaldo Lourenço prepara sua volta aos desfiles da SPFW, no fim de abril e espera atingir um novo público com uma coleção inspirada no filme "De Olhos bem Fechados", de Stanley Kubrick
O estilista Reinaldo Lourenço prepara sua volta aos desfiles da SPFW, no fim de abril e espera atingir um novo público com uma coleção inspirada no filme "De Olhos bem Fechados", de Stanley Kubrick
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"Sedução, mistério e drama." Quem ouve Reinaldo Lourenço, 55, destrinchar sua nova coleção de verão, cujo desfile marcará o retorno do estilista à São Paulo Fashion Week, no final de abril, não identifica o designer que ganhou fama por vestir a alta sociedade paulistana com cortes retos e visual minimalista. Talvez porque os rótulos que lhe deram ao longo da trajetória de quase 40 anos estejam errados.

"Copiador", "pai do [estilista] Pedro Lourenço", "marido da [estilista] Gloria Coelho", "designer das ricas", "estilista de primeira-dama". Não faltaram alcunhas para definir o designer mais técnico e bem resolvido da moda brasileira.

Até o ano passado, quando a indústria acreditava que desfilar num dia e vender a roupa no outro era solução para reaquecer as vendas, Reinaldo batia o pé e não desfilava na SPFW, "porque as pessoas esperam a magia do desfile para, só depois, comprar a roupa de uma forma consciente".

Enquanto colegas reclamavam da falta de investimento externo no negócio da moda, ele dividia seu tempo em 40% para administração e 60% para criação. Reformou lojas, mudou o conceito de seus espaços de venda, "hoje, menos frios", enquanto a choradeira se instalava no auge da crise e o fecha-fecha tomava o varejo.

"Nessa época de indecisões, temos de ter certeza do que queremos oferecer e acreditar naquilo. O que eu puder controlar, controlo", diz Lourenço, no mesmo dia em que fechara 20 looks para o desfile que ocorre um mês depois.

O filme "De Olhos Bem Fechados" (1999), de Stanley Kubrick, será a base da coleção, uma continuidade do desfile que apresentou no Theatro Municipal de São Paulo, em novembro de 2017. Uma veia gótica, fantasiosa e até fetichista será vista nas roupas, que ele planeja apresentar no alto de um novo prédio na região da Paulista.

eyes wide shut

Lugares incomuns, clientes incomuns e glamour incomum norteiam o processo criativo do estilista, que tenta desvincular sua imagem da casta abastada. "A gente tem uma elite muito careta, tanto no que veste quanto no que pensa. Se olharmos para o mundo, há muito mais liberdade no jeito de se vestir, de se comportar. Até a noite de São Paulo encaretou".

Sem divisões, por favor

São os rótulos intricados que mais incomodam o estilista. Socialite? "Isso é tão anos 1980." Hétero, bi, gay? "Já passou. As pessoas querem ser livres." Pretensão?. "Quem perde tempo com isso perde tempo de trabalho."

Rei, como é chamado, quer mesmo é vestir funkeiros -"amei vestir Anitta quando um monte de grifes não queriam vesti-la" -, as filhas de suas clientes -"tem jovem vestindo a marca, ainda bem"- e qualquer pessoa que goste de moda "sem essa divisão de rico e pobre, porque não divido o mundo assim".

Muito antes da democratização da moda, aos 15 anos Reinaldo fazia lenços para vender aos amigos de Presidente Prudente, interior de São Paulo; aos 16, já ia à capital comprar roupa na rua João Cachoeira, na zona sul, para revender; e aos 18, fazia roupa de chita, "porque tinha ideias de brasilidade".

Brasilidade que sempre ouviu dizer que não tinha, inclusive sendo acusado de copiar marcas internacionais. "Nunca copiei ninguém, mas posso ter olhado coisas e me inspirado", diz. E acrescenta: "quando comecei era difícil ver o que se fazia fora. Só a "Folha" dava e a Cristina Franco, na TV Globo. Não havia tanto acesso à moda".

Foi para dar acesso à sua marca que ele decidiu fazer camisetas, "que não podem passar dos R$ 400", o barato possível para a grife de produção limitada. "Não quero mais saber de socialite, velho-rico ou novo-rico. Cansei de nomes. A sociedade um dia precisou de muitos nomes, mas são rótulos que hoje não fazem sentido para nada."

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