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Serafina

Sambista conquistou seu espaço entre os homens no enredo da Vai-Vai

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Elizeth Rosa, 64, acorda tranquila na segunda-feira de Carnaval. O trabalho de um ano todo chegou ao final no dia anterior, domingo, e sua casa na Aclimação está tranquila.

Rosa é compositora e uma das pessoas mais poderosas da Vai-Vai, escola de samba onde entrou em 1977. "Comecei fugindo da minha casa, porque minha mãe não me deixava ir. Morávamos no Bixiga, e minha avó me dava dinheiro para comprar pão com uma mão e piscava com o olho, ela sabia para onde eu ia."

A escola desfilou no dia anterior, e agora é o momento de relaxar. "Foi um dos sambas mais lindos que já fizemos, e olha que eu não puxo o saco. Se está ruim, digo que está ruim." Ela mesma ouviu críticas no seu começo no samba. Quando foi tocar com bambas, ouviu que ia ter que fazer por merecer seu lugar na agremiação. Colocou a frase num samba que foi um dos maiores sucessos. Mas nunca emplacou um samba-enredo. "Tem muita coisa por trás, não é só talento."

A vida carnavalesca foi levada junto com a carreira de cabeleireira na Bela Vista. Foi no bairro que criou os três filhos que teve com o marido, Thobias da Vai-Vai, que entrou na escola depois dela. "Foi o samba que juntou a gente, 30 anos atrás." Hoje, o puxador e cantor é conhecido pelo nome da escola, e ela lançou mais de dez CDs.

Rosa mantém um mini-salão na edícula na Aclimação, para atender amigas mais próximas e uma eventual cliente das antigas. Também reserva um lugar no ateliê para fazer figurinos para a filha mais velha, que é passista e também faz shows representando o samba brasileiro em lugares distantes como Dubai. "Minha neta é YouTuber, talvez não fique no samba."

Marcus Leoni
Sambista Elizete. A Folha passou oito horas com oito mulheres para o especial de Dia das Mulheres.
Sambista Elizete. A Folha passou oito horas com oito mulheres para o especial de Dia das Mulheres.

9h - Acorda e liga a TV para ver os desfiles do Carnaval carioca. "Este ano eu não varei madrugada para assistir, como costumo"

10h - Liga para o marido e os parentes, para saber quem vai almoçar em sua casa. "Aqui se cozinha para um batalhão"

12h - Faz pintura mediúnica. Já pintou um quadro de Jesus com o que chama de "ajudinha" de espíritos.

12h30 - Corre para tirar as roupas do varal, pois começou a chover

13h - Recebe a mãe nonagenária, que mora com ela e havia saído para fazer mercado a pé

14h - Faz dois tipos de feijoada: a tradicional para parentes que moram em Boston e estão visitando o Brasil e uma versão vegetariana, para uma neta que não come carne

14h15 - Cozinha cantando sambas.

15h - Enquanto espera a família chegar para a feijoada, se lembra de quando ouviu de um parente próximo que era homossexual. "Eu abracei e disse: 'Isso não muda nada o amor que eu tenho por você'."

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