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Mercado busca especialistas em cores em áreas como cosméticos e tintas

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL -23 /06/16 -10 :00h - Matéria sobre profissionais que atuam no mercado de cores e tintas. Retrato da Priscila Perez, especialista de color marketing da fábrica de tintas decorativas Coral. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress). ***EXCLUSIVO***SOBRE TUDO
Priscila Perez, especialista de color marketing da fábrica de tintas decorativas Coral

Durante o processo de criação de uma nova coleção de esmalte, uma empresa chega a desenvolver 20 opções de cores. Para chegar à versão final, é necessário um profissional capaz de analisar tendências, fazer pesquisas e desenvolver uma paleta que agrade aos clientes.

Encontrar alguém com o perfil, porém, não é tarefa fácil. "É preciso ter feeling para entender o comportamento do consumidor. E não existe esse profissional disponível. É preciso prepará-lo na empresa ou buscá-lo na concorrência", diz Vivian Alves Silverio Barbosa, gerente de pesquisa e desenvolvimento da marca de esmalte Mundial Impala.

Sem uma graduação específica para atuar na área, formados em marketing, moda, design, desenho industrial e química atuam em uma equipe multidisciplinar dentro dos setores de desenvolvimento de produtos focados na criação de cores em empresas de cosméticos, tintas decorativas, moda e automóveis, entre outras.

É essa equipe que manda as referências para que os laboratórios químicos desenvolvam os pigmentos. A especialização dos profissionais ocorre na prática, dentro das próprias empresas.

No caso da indústria de cosméticos, cabe ao profissional de colour marketing comandar o processo. Para isso, as marcas recorrem a consultorias que apontam tendências (WGSN e Fashion Snoops), avaliam hábitos de consumo e a moda das passarelas e observam o que é usado nas ruas das grandes cidades.

"Fazemos todas as análises e enviamos os resultados para o laboratório, para o desenvolvimento dos pigmentos", afirma Cibeli Lelli, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Vult Cosméticos.

Antes básicas em suas escolhas, as brasileiras, segundo Lelli, têm ousado mais. Isso abre espaço para que os profissionais que trabalhem na área sejam mais criativos.

"Não é à toa que a maquiagem é o mercado de cosmético mais promissor, com muito espaço para novos profissionais", diz ela. Já existe, inclusive, formação superior em tecnologia em cosméticos.

Quem se interessa pelo ramo das cores pode buscar a profissionalização com cursos de artes, colour marketing, colorimetria e comportamento de consumidor. O salário inicial para o cargo de analista de pesquisa e desenvolvimento de produto júnior fica em torno de R$ 5.000.

"Para atuar nessa área, é preciso ter um olhar apurado para ver cor e ter facilidade para entender as composições. Existe uma demanda por este tipo de especialista", diz Priscila Perez, especialista em colour marketing da AkzoNobel, empresa holandesa dona da marca Coral.

Formada em design de interiores e com MBA em administração, ela buscou cursos específicos quando começou a atuar na área, há dez anos. Responsável por entender o comportamento do consumidor, Perez coordena uma equipe de quatro pessoas que aponta as tendências para tintas decorativas.

"Para chegarmos às novas cores, fazemos uma pesquisa ampla para entender o que ocorre na moda, na arquitetura e até mesmo na economia", explica ela. Para atender a cada região, a marca lança cores específicas para o Norte e Nordeste. "Há um gosto muito particular e a aceitação do público é diferente", afirma.

Já na indústria automobilística, o uso de cores é mais homogêneo -76% dos veículos vendidos são brancos, pretos ou prata. Assim, uma das funções da equipe de desenvolvimento de cores é pensar as estampas das partes internas do carro, como painéis, tecidos e carpetes.

Para Luiz Alberto Veiga, diretor de design da Volkswagen, esse é um setor onde não há muitas oportunidades. "É um nicho raro, com quatro estúdios de criação, dentro das próprias industrias automotivas. A maioria das definições vem de fora", diz.

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O PERFIL DA PROFISSÃO

CARREIRA Colour Marketing/ Analista de pesquisa e desenvolvimento

SALÁRIO INICIAL R$ 5.000

O QUE FAZ Pesquisa tendências de design e moda e investiga o comportamento do consumidor para desenvolver cores para produtos e marcas

HABILIDADES Interesse em design e novidades do mundo urbano. É preciso ter olhar apurado para entender as cores e composições

FORMAÇÃO Design, artes, moda, desenho industrial e engenharia química, com especialização em marketing e cursos de colorimetria e comportamento do consumidor

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