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Engenheiro 4.0 desenvolverá produtos já conectados

O engenheiro elétrico Eduardo Guedes, 43, quer estar preparado para a chegada da próxima revolução industrial. "A engenharia caminha para a criação de produtos ligados à internet já que empresas de todos os ramos e desenvolvedoras de software estão se voltando para esse nicho", diz.

Julia Moraes/Folhapress
23 de setembro de 2016, especial sobre profissões: Na foto Eduardo Guedes. (JULIA MORAES/ FOLHASP) ESPECIAL
O engenheiro elétrico Eduardo Guedes, 43

O tecido inteligente que Guedes acabou de criar, fruto da sua pesquisa de mestrado, antecipa essa tendência: equipamentos eletroeletrônicos minúsculos detectam o movimento do corpo e transmitem a informação para um sistema externo, como um celular ou tablet, por exemplo.

O próximo passo é trabalhar na aplicação do tecido, que pode ir desde a área médica ao setor de segurança.

"Um tapete equipado com esse sistema pode disparar um alarme quando alguém pisa. Ou se for incorporado ao lençol de um hospital, o tecido pode avisar os enfermeiros quando o paciente está há algumas horas sem se mexer", afirma Guedes.

DAS COISAS

Por trás da invenção está o conceito de internet das coisas, quando objetos do dia a dia, como geladeiras, são conectados à rede.

"Esse é o termo que vai mover a indústria 4.0. Equipamentos interconectados numa malha de abrangência mundial com inteligência para programar o ritmo de produção", avalia Marcelo Antonio Pavanello, vice-reitor do Centro Universitário FEI (Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros).

Na visão de Pavanello, o engenheiro terá que ir além da busca por soluções técnicas para um problema -interação com profissionais de outras áreas, criatividade e capacidade adaptativa são habilidades que não poderão faltar.

"Todos os ramos da engenharia terão que se apropriar dessa revolução tecnológica maciça que está acontecendo. Com as impressoras 3D, por exemplo, mudanças inimagináveis nos processos de produção estão a caminho", afirma o vice-reitor.

SALVADORES DA PÁTRIA

Outra tendência da profissão é o envolvimento cada vez maior do engenheiro com desenvolvimento de soluções para questões complexas da sociedade.

"São problemas aparentemente insolúveis como a escassez de água, a segurança alimentar e energética, além da descarbonização da economia", diz Juan Carlos Castilla-Rubio, engenheiro químico e presidente da Space Time Ventures, incubadora de start-ups sediada em São Paulo.

É por isso que o trabalho em parceria com cientistas sociais e fazedores de política pública farão parte também do cotidiano da engenharia, afirma.

ENGENHARIA

ONDE ESTUDAR

FEI, UFSCAR, Unesp e Unicamp

DURAÇÃO DO CURSO

5 anos

O QUE FAZ

Na área de internet das coisas, projeta produtos e planeja sua conectividade com a internet e com aparelhos eletrônicos. Utilizando linguagem de programação, desenvolve softwares que são embutidos
nos aparelhos

SALÁRIO INICIAL

R$ 5.000 a R$ 7.000

PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS

Conhecimento em internet das coisas, multidisciplinaridade e capacidade de criar soluções ao mesmo tempo tecnológicas e sustentáveis

ONDE HÁ VAGAS

Indústria do agronegócio, empresas do ramo alimentício, automobilístico e de tecnologia

VISÃO DE QUEM FAZ

"Existe uma tendência crescente entre os engenheiros de buscar uma atuação voltada para problemas sociais e fora das corporações multinacionais. Esses profissionais procuram um trabalho mais gratificante,
de impacto", Juan Carlos Castilla-Rubio, engenheiro químico e presidente da incubadora Space Time Ventures

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