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guia de profissões

Área em expansão, compliance garante o cumprimento das leis nas empresas

A recente onda de escândalos de corrupção e a sanção da Lei Anticorrupção Empresarial, em 2013, levou as empresas brasileiras a investir em uma área ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.

O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes, realizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da sua área de atuação.

O compliance ainda tem um papel importante na análise de riscos de contratos e de operações envolvendo terceiros, auxiliando a empresa a se proteger de eventuais problemas de corrupção.

"Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma profissão com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no mercado", diz Thiago Jabor Pinheiro, 35, responsável pelos serviços de compliance no escritório de advocacia Mattos Filho.

O campo de atuação é amplo. O profissional da área pode atuar tanto em escritórios de advocacia quanto em empresas, associações e até mesmo em agências regulatórias do governo.

"Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude, direito administrativo e governança corporativa, por exemplo, e depois buscar uma pós-graduação", diz Pinheiro.

A maioria dos profissionais vem do direito, mas é possível encontrar pessoas com graduação em economia, administração, contabilidade e até mesmo engenharia, afirma Salim Jorge Saud Neto, coordenador do MBA de compliance da FGV Rio.

No curso, os alunos aprendem desde legislação até como estruturar um programa de compliance em empresas, realizar investigações internas e lidar com autoridades.

PERFIL PROFISSIONAL

Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil, segundo Pinheiro.

"É fundamental que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e tenha fluência em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA e da Inglaterra", diz o advogado.

Para Saulo Ferreira, gerente de divisão da consultoria em recrutamento Robert Half, é necessário ser proativo na tomada de decisões, além de estar sempre atualizado com política e legislações.

"É preciso entender o movimento do mercado e as demandas do negócio e, ao mesmo tempo, dominar as normas e padrões. Assim, o profissional pode criar estruturas e processos que garantam a confiabilidade das informações", afirma Ferreira.

Caroline Cadorin, diretora da consultoria Hays Experts, acrescenta que os candidatos precisam ser extremamente analíticos e ter jogo de cintura para lidar com as mais diversas situações. 

"Estamos falando de profissionais com forte conduta ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Habilidade de comunicação, forte relacionamento interpessoal, poder de influência e capacidade de trabalhar sob pressão também são cruciais", afirma.

A tendência para os próximos anos, segundo os especialistas, é que aumente ainda mais o número de vagas.

"Hoje as empresas estão cientes de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente àquelas envolvidas em projetos de órgãos públicos. A companhias que mantêm departamentos de compliance são vistas como mais transparentes", diz Cadorin.

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ANALISTA DE COMPLIANCE

O que faz Responsável por garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos da sua área de atuação, além de fiscalizar contratos e procedimentos, evitar fraudes e realizar investigações internas

Salário inicial De R$ 3.500 (analista júnior) a R$ 30 mil (diretor)

Perfil desejado pelas empresas Além de entender profundamente de legislação e conhecer as necessidades do mercado, o profissional precisa saber inglês fluente, ser proativo, centrado, analítico e racional
Onde há vagas Escritórios de advocacia, empresas, multinacionais, associações e agências regulatórias do governo

Onde estudar FGV, Insper e FIA

Duração do curso De 8 horas a 2 anos

Visão de quem faz
"É uma profissão que praticamente não existia no Brasil há alguns anos. Tivemos uma tomada de consciência muito rápida e hoje toda grande empresa tem alguém nessa função"
Thiago Jabor Pinheiro, 35, do escritório Mattos Filho

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