Publicidade

carreira executiva

Graduação conta pouco para quem chega ao topo da carreira

Quanto mais um profissional sobe na carreira, menos interessa a graduação que ele tem. Em cargos muito altos, o dado é quase irrelevante.

Características comportamentais, reputação e especialização, pós ou MBA, importam mais para fazer a carreira executiva deslanchar.

"A formação acadêmica é mais importante no início. Quando a gente vai contratar alguém no topo da pirâmide, isso está longe dos primeiros pontos observados", diz Fernando Andraus, diretor da Page Executive, braço da consultoria Michael Page, especializada em recrutamento de executivos de alto escalão.

Reinaldo Canato /Folhapress
PODER - No nono dia da Caravana Pelo Brasil, a ex Presidenta Dilma encontra o ex Presidente Lula participa de ato da Frente Brasil Popular, no centro de Recife. 25/08/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
Gustavo Janaudis, diretor da filial brasileira da Euroimmun

Mesmo no começo da vida profissional, quando a graduação é mais observada pelos recrutadores, não há um curso mais indicado que outro para quem pretende ser um executivo de sucesso.

Vale mais o complemento da formação ao longo da vida, diz Aldemir Drummond, diretor da escola de executivos Fundação Dom Cabral. "Mesmo quem estuda administração precisará, provavelmente, complementar com disciplinas mais analíticas."

Diretor da filial brasileira da Euroimmun, empresa alemã da área de diagnósticos, Gustavo Janaudis, 36, atribui à complementação acadêmica a mudança que o ajudou a assumir cargos de gestão.

Graduado em bioquímica e farmácia pela Uninove, curso com forte caráter tecnicista, Janaudis começou de fato na área técnica, mas depois fez MBA em gestão de projetos na FGV e especialização em finanças no Insper.

Nesse meio tempo, foi crescendo até ser chamado a assumir a diretoria de marketing. Um ano depois, pulou para o cargo que ocupa hoje.

"Meu MBA foi um ponto de virada de chave. Provocou em mim mudança significativa de pensamento, em como ver o mercado e as diferentes áreas de conhecimento de uma empresa".

É semelhante a trajetória de Geraldo Magela, 42, vice-presidente do grupo educacional Adatlem. Graduado em administração pela Universidade Federal de Pernambuco, começou na área financeira. Migrou para a indústria.

Como funcionário da Coca-Cola, fez especialização em finanças na Universidade Estadual de Pernambuco e foi convidado a assumir a diretoria executiva da indústria que fornecia tampas e garrafas para a multinacional.

Então Magela fez MBA em gestão, na FGV. Recebeu outro convite e migrou para serviços. "Acabei mais generalista, focando em liderança."

*

PROCURA-SE EXECUTIVO COM:

capacidade estratégica tem visão generalista e consegue interpretar o que acontece no setor
capacidade de influência convence matriz, acionistas, fornecedores, clientes e equipe
capacidade de tomar decisões difíceis especialmente em situações como quadro de funcionários reduzido
capacidade de liderança sabe mobilizar pessoas em torno de um objetivo
MBA ou pós em finanças apesar de não superar a experiência prática, é valorizado no mercado

Fonte: Fernando Andraus, diretor executivo da Page Executive

Publicidade
Publicidade
Publicidade