Estereótipo de sucesso, o cargo de gestor é almejado no mercado. Mas há também quem, apesar de qualificado, "fuja" da função.
Esse tipo de profissional pode optar pela "carreira em Y", na qual a ascensão na empresa vem da especialização em determinado ramo.
"A carreira em Y é igualmente motivadora, desafiante e reconhecida se comparada à gestão. Às vezes até mais bem remunerada", diz João Márcio Souza, diretor da Talenses Executive.
Zé Vicente | ||
O engenheiro químico Edmilson Cavalcante, 53, trabalha na área de desenvolvimento e aplicação na 3M há 20 anos. Em 2014, foi chamado a gerir o setor de fitas e adesivos industriais da múlti. Comandaria 17 pessoas.
Logo viu que não era sua praia."Depois de oito meses, descobri que não era o que eu gostaria de fazer", relembra.
Ele procurou seu chefe e pediu para voltar à antiga função. A companhia, que tem política de valorização da carreira em Y, aceitou.
"Hoje, tenho o mesmo nível salarial de alguns gestores", diz Cavalcante.
INATO?
Para Elisabete Adami, que leciona administração na PUC, a liderança tem características mais ou menos inatas. "Não dá para aprender a ser líder em dez lições", diz.
Paulo Lemos, diretor da FGV Management, discorda. "É óbvio, há gente com mais habilidade. Mas você não pode jogar futebol só por nãoser o Pelé? Não será como ele, mas, se treinar bastante, vai ficar bom. E há uma maneira de treinar as pessoas".