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carreira executiva

Discussão sobre autocontrole domina congresso de gestão

O equilíbrio emocional no ambiente de trabalho e fora dele esteve no centro do debate na feira de gestão HSM Expo, que aconteceu em São Paulo entre a última segunda (6) e quarta (8).

Empatia, autoconfiança, capacidade de ouvir opiniões diferentes vindas de subordinados e de manter a calma ao decidir são os diferenciais do líder do momento, de acordo com palestrantes.

"A pessoa não tem que estar sempre equilibrada. Isso não existe, porque os problemas acontecem. Mas, quanto antes ela conseguir pensar com clareza de novo e agir, melhor será seu resultado", diz Joanna Barsh, diretora emérita da consultoria McKinsey e autora de livros sobre o que chamou de "liderança centrada" –aquela que consegue decidir sem ser guiada pelas emoções.

Bruno Santos/Folhapress
PODER - No nono dia da Caravana Pelo Brasil, a ex Presidenta Dilma encontra o ex Presidente Lula participa de ato da Frente Brasil Popular, no centro de Recife. 25/08/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
Panorama do evento HSM Expo, que traz especialistas para falar sobre tendências empresariais e de RH

Ser levado por sentimentos é o principal erro de quem toma decisões ruins. Para a especialista, é essa competência que distingue um líder de um gerente.

"Quem só pensa em expandir conhecimentos ou habilidades ficará limitado", diz o mestre indiano de meditação Ananda Giri, da escola One World Academy, que conduziu a palestra "Quem toma suas decisões por você?".

Segundo Giri, mesmo com a vasta literatura sobre gestão disponível, a maioria não sobe na carreira por estar tomada pelo medo de errar, pela ansiedade e pelo estresse.

PÓS-RESILIÊNCIA

A resiliência –termo emprestado da física para nomear a arte de lidar com problemas, resistir a pressões e ultrapassar situações estressantes, voltando em seguida ao estado "normal"–, que caiu no gosto dos iniciados na área de recursos humanos nos últimos anos, ganhou uma evolução, segundo o economista Richard Rytenband, um dos palestrantes.

É a "antifragilidade", palavra cunhada pelo matemático libanês Nassim Taleb, também presente no evento, no livro "Antifrágil - Coisas que Se Beneficiam com o Caos" (Best Business, 664 págs., R$ 72,90). O líder "antifrágil" não só se mantém centrado durante as crises, mas aprende a tirar proveito delas.

"Num mercado em que as coisas mudam tão rápido, quem consegue navegar bem pelo caos vai conseguir uma vantagem sobre os outros", afirma Rytenband.

Esse equilíbrio, acompanhado de uma dose de risco, pode se manifestar na hora de lidar com opiniões divergentes entre membros da equipe. Isso porque empresas e gestores que só valorizam profissionais "alinhados à sua cultura" podem acabar sufocando a inovação.

A avaliação é do psicólogo organizacional americano Adam Grant, autor de "Originais - Como os Inconformistas Mudam o Mundo" (Sextante, 272 págs., R$ 39,90).

"É preciso encontrar quem dá a cara para bater e rejeita o pensamento de manada. Combinar pessoas com valores distintos é valioso, já que a diversidade não vem só das formações variadas, mas das diferentes formas de interpretar as coisas", afirma Grant.

Para construir esse ambiente de discórdia saudável no escritório, é preciso que o líder tenha uma boa dose de autoconfiança.

Essa é a chave para que o executivo se abra às críticas, que são naturais em sua posição, afirma a psicóloga social Amy Cuddy, cuja palestra no TED Talks atingiu cerca de 13 milhões de visualizações no YouTube.

"Já a arrogância mostra uma autoestima frágil, que cria uma barreira entre o líder e sua equipe", disse Cuddy, na palestra "A postura da vitória: como manter uma presença física e mental para superar grandes desafios".

O evento reuniu nomes brasileiros e estrangeiros, como os americanos Cuddy e Grant, Jack Welch, ex-presidente da General Electric, e o nadador e medalhista olímpico Michael Phelps, além do libanês Taleb, e os brasileiros José Galló, fundador das Lojas Renner, e Pedro Parente, presidente da Petrobras.

Em seus três dias, a HSM Expo recebeu cerca de 6.000 executivos de todo o país.

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