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Veja com qual tipo de praga no trabalho você se identifica

É quase impossível passar pela vida profissional sem cruzar pelo menos uma vez com um colega ou chefe que faz fofoca, puxa o tapete dos outros ou manipula situações. Esses comportamentos podem contaminar o escritório como pragas.

São atitudes tóxicas, afirma Yuri Trafane, sócio-fundador da Ynner Treinamentos. Na opinião dele, não dá para rotular pessoas por causa de uma ação ou outra –ninguém é uma coisa só–, mas é possível identificar hábitos que atrapalham os colegas e a empresa (veja alguns abaixo).

Se não dá para fugir desses comportamentos, o jeito é ter jogo de cintura para enfrentá-los. "Não controlamos a atitude do colega, mas podemos controlar nossa reação", diz a psicóloga Izabela Mioto, professora da FAAP.

Saber lidar com pessoas de todo tipo é uma competência valorizada pelas empresas. Conforme o profissional vai crescendo na carreira, a tendência é que as relações interpessoais se tornem mais complexas, envolvendo não apenas colegas, mas clientes e parceiros de negócios, explica Flora Victoria, da Sociedade Brasileira de Coaching.

Se mal conduzido, o relacionamento com a equipe pode afetar a produtividade e a satisfação do profissional, já que gera atritos e suga as energias dos envolvidos.

Não há uma fórmula mágica para guiar as relações tóxicas para um caminho saudável. O melhor, segundo os especialistas, é tentar compreender por que o colega ou o chefe age daquela forma, antes de rotulá-lo.

"Assim, talvez seja possível desarmar o seu mecanismo de defesa", diz Mioto.

Também é preciso cuidado para não colocar no outro a culpa por dificuldades e falhas. "Em muitos casos, o profissional usa o mau comportamento alheio como desculpa para se vitimizar", diz Joel Dutra, coordenador do programa de estudos em gestão de pessoas da FIA.

'TEMPERAMENTO DIFÍCIL'

A administradora Cassiane de Carvalho, 40, passou dois anos dividindo a sala de trabalho com uma colega de "temperamento difícil".

Segundo Carvalho, ela falava mal de todo mundo, levava fofocas de funcionários para a diretoria, era simpática quando precisava do outro, mas grosseira na maior parte do tempo. Não era demitida porque era o braço direito de um dos sócios.

"É muito desgastante sair de casa todo dia sabendo que vai encontrar uma sanguessuga", diz Carvalho.

No fim, a empresa se mudou para Jundiaí, e Carvalho teve que deixar o emprego. Hoje, ela ainda tem a ex-colega numa rede social, mas as duas não se falam mais.

LIMITE

Ter jogo de cintura é importante, mas nem tudo é negociável. Desvios de caráter que podem levar a problemas mais sérios dentro da organização devem ser levados à chefia ou ao departamento de recursos humanos, sempre com cautela.

"É delicado, porque quem denuncia assume o ônus da prova e pode ficar em uma situação de fragilidade. É preciso mostrar casos concretos", diz Dutra, da FIA.

Além disso, lidar com comportamentos tóxicos é bem diferente de estar inserido num ambiente tóxico, quando a cultura da instituição favorece conflitos e posturas antiéticas.

"Aí, não se trata de uma questão de ajuste. Quando os valores da empresa e do chefe vão no sentido contrário dos seus, não tem remédio. É melhor sair", afirma Eduardo Ferraz, consultor em gestão de pessoas.

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AS OITO PRAGAS DO TRABALHO

Pragas do escritório

ARANHA

Um dos tipos mais perigosos, é aparentemente dócil, mas, pelas costas, tece uma teia de intrigas para surpreender o colega e puxar seu tapete quando ele menos espera. Quando identificá-lo, monitore os seus passos e muito cuidado para não soltar informações que podem ser usadas contra você mais tarde

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PULGA

É aquele chefe ou colega que nunca para quieto, e sua ansiedade afeta a produtividade da equipe. Por exemplo, ele manda um e-mail e já liga na sequência para saber se você recebeu. Questiona mais de uma vez se já fez uma determinada tarefa. Para neutralizá-lo, pergunte que tipo de atitudes você pode tomar para deixá-lo mais seguro e entregue o que prometer

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TRAÇA

Nunca está satisfeita com o trabalho e consome o tempo dos colegas para reclamar, corroendo a motivação da equipe. Para não se contagiar, tente selecionar as reclamações que realmente fazem sentido e os exageros. Quando possível, tente mostrar o lado positivo de estar ali, mas cuidado para não ser visto como puxa-saco do chefe e da empresa

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ESCORPIÃO

Quando fica insatisfeito, sai dando ferroadas em todo mundo. Para lidar com pessoas assim, a solução não é fugir nem atacar de volta. Trate-as com firmeza e respeito e, se não for possível conversar, dê um tempo e retome o assunto depois

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CARRAPATO

Sempre grudado com o chefe, nunca expressa a sua verdadeira opinião e sempre vai na onda do que o superior fala. Também não escuta as ideias de pares e subordinados. Em vez de entrar em competição com ele, é melhor se concentrar nas suas competências

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RATO

Competitivo, faz de tudo para mostrar que é melhor do que os outros. Para alguns colegas, esse tipo de comportamento pode ser um estímulo para elevar o desempenho. Se o seu perfil é mais cooperativo, tente não entrar no jogo dele e busque o sucesso em outras áreas

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BARATA

Parece sobreviver a tudo, inclusive a demissões -mesmo sem fazer nada para se destacar. Se a falta de iniciativa desse colega sobrecarrega o seu trabalho, o primeiro passo é tentar uma conversa para entender onde está o problema. Se não resolver, veja se é possível buscar uma solução com o gestor

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MOSQUITO

Seu habitat natural é o lugar do cafezinho no escritório. Não perde a oportunidade de cutucar os colegas para coletar informações e logo transmiti-las para os outros, contaminando o ambiente de trabalho. Quando encontrá-lo pelos corredores, tente não alimentar a sua conversa e não passe a fofoca adiante

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