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Novos cargos em TI exigem perfil generalista que englobe de design a negócios

Quem segue carreira em TI (Tecnologia da Informação) já está acostumado a lidar com um mercado mutante, em que as competências exigidas se modificam com rapidez. E, para o futuro próximo, segundo especialistas, a perspectiva é de que os requisitos das vagas se tornem mais diversos e demandem cada vez mais versatilidade.

"O profissional que não se esforçar para ter muitas competências e ser um generalista ficará fora do mercado. Mas esse generalista também não pode ser um 'superficialista'", alerta Pietro Delai, gerente de consultoria e pesquisa da IDC Brasil.

Profissões que exigem um conhecimento global e abrangente do mercado, como a arquitetura de soluções, devem ficar em alta nos próximos anos. Rafael Cichini, diretor-executivo digital do Verity Group, aconselha profissionais de TI a se prepararem para exercer esse tipo de função.

"Hoje, as empresas estão adotando uma arquitetura de software orientada para serviços, mas não existe muita gente pronta para trabalhar com isso. Há grande necessidade de profissionais que entendam de desenvolvimento de software, mas ao mesmo tempo tenham uma boa visão de negócios", afirma Cichini.

Marcelo Nascimento, arquiteto de soluções da mesma empresa, começou como programador, virou analista de sistemas, mas viu a necessidade de expandir seu campo de atuação para ter êxito no mercado.

Nascimento começou a migrar para o campo da arquitetura de soluções entre 2009 e 2012, quando trabalhou na SulAmérica Seguros, na IBM e na BV Financeira, mas só no fim de 2012, quando foi contratado pela Brasilprev, é que assumiu de vez a função.

"Percebi que a TI estava ficando cada vez mais complexa à medida que a tecnologia estava evoluindo. Não adiantava ser só um profissional que entendia uma informação e desenvolvia o sistema. Era necessário saber montar uma proposta de solução, pensar em como todo o sistema deveria funcionar", diz.

Para Cichini, alguns rótulos novos poderão surgir para designar os trabalhos que passarão a ser exercidos. Por exemplo, o de "chief culture officer" -diretor-executivo de cultura-, um especialista em liderar transformações culturais e organizacionais dentro da empresa, relacionando-as com o setor de TI.

Também ganhará força, segundo ele, o designer especializado em experiência do cliente. Cichini acredita que a complexidade cada vez maior da tecnologia demanda um profissional capaz de atuar ao mesmo tempo com design, arquitetura de informação e a área de negócios. "Se as mudanças nos serviços e nos processos não são feitas junto com a interface, você não atende bem o cliente."

Por último, Cichini diz que surgirá um novo tipo de analista, focado em ciência de dados e em inteligência artificial e "machine learning" (aprendizado de máquinas), capaz de dar mais eficiência às decisões de negócio. "Antes, o analista era mais um profissional de marketing, mas, hoje, o marketing está muito misturado com a ciência de dados", explica.

Para se preparar para o novo mercado de TI, é necessário extrapolar a formação tradicional. Fabiano Marques, vice-diretor da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens), aconselha quem está atrás de formação a conferir se os cursos pretendidos abordam as tendências que o mercado demanda.

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