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guia das profissões

Tecnologia impulsiona e expande aplicação da genética médica

A medicina está se tornando cada vez mais tecnológica e precisa. Nos próximos anos, a tendência será customizar terapias de acordo com o perfil genético de cada pessoa. Isso significa dar um remédio pensando no indivíduo, não apenas na doença.

Com isso, o campo da genética médica deve crescer.

No Brasil, o número de especialistas ainda é pequeno: 305 profissionais –pediatras são mais de 49 mil. "Este é o momento certo de escolher a área, que está migrando do tratamento de síndromes raras para o das doenças comuns", diz o médico geneticista Wagner Baratela, 38.

Ele optou pela especialidade antes mesmo de entrar na faculdade, em 2000. Com displasia diastrófica, um tipo de nanismo raro, Wagner queria entender melhor as doenças genéticas e buscar terapias.

Hoje, ele atende em hospitais e em seu consultório particular, além de coordenar os testes genéticos do laboratório Fleury e ser pesquisador do Hospital das Clínicas de São Paulo. "O bacana da área é poder dividir a atuação. Gosto muito de estar com o paciente e no laboratório", afirma.

Para trabalhar com testes genéticos, só o conhecimento médico não basta. Como os exames usam a inteligência artificial para cruzar informações, o geneticista precisa entender ainda de bioinformática, para operar softwares e bases de dados.

Ao mesmo tempo em que crescem os campos ligados à tecnologia, há uma busca cada vez maior por médicos mais generalistas.

"Como o conhecimento foi muito fragmentado, agora existe uma demanda maior por profissionais que olhem a pessoa de maneira integral, caso do médico de família", aponta Joana Bragança Bastos, coordenadora do curso de medicina da Unicamp.

Por acompanhar o paciente ao longo da vida, o médico de família deve ser procurado em primeiro lugar.

"Quando o paciente chega, eu já o conheço e ele me conhece, e isso facilita muito o cuidado. Em 90% das casos, conseguimos resolver o problema sem necessidade de encaminhar para outro profissional", afirma Ademir Lopes Junior, 36, médico de família do Centro de Saúde-Escola Samuel Pessoa, ligado à USP.

Figura central na assistência à saúde em países como Canadá e Inglaterra, o médico de família ainda é uma carreira em ascensão no Brasil. "Tem um mercado grande no sistema público e, agora, a iniciativa privada está percebendo sua importância", diz Ademir.

Aécio Gois, coordenador do curso de medicina da Unifesp, também destaca como campos promissores a psiquiatria, pela prevalência das doenças psíquicas, e a oncologia, pelo aumento na incidência de câncer.

Mas a decisão sobre qual especialidade seguir deve ser feita depois de ter contato com as diversas áreas, já na faculdade, destaca Vera Koch, coordenadora da comissão de residência médica da USP.

"Todas as especialidades estão crescendo. O que fazemos hoje vai ser diferente do que faremos daqui a 20 anos."

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MEDICINA

O que faz
É o profissional responsável por cuidar da saúde, diagnosticar e tratar doenças

Salário inicial
R$ 3.330 (valor da bolsa de residência no estado de São Paulo)

Onde estudar
Unicamp, USP, UFMG, Unifesp, Unesp, UFRGS, UNB, Santa Casa

Perfil desejado pelas empresas
Varia de acordo com a área de atuação. Por exemplo, para a clínica, o ideal é que goste de contato com o paciente, o que não é necessário na de diagnósticos

Onde há vagas
Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, laboratórios farmacêuticos, centros de diagnósticos, clínicas e consultórios particulares

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