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guia das profissões

Estatísticos aprendem programação para usar dados ao tomar decisões

Na era do big data, empresas estão disputando estatísticos a tapa, diz Julio Trecenti, 27, presidente do Conselho Regional de Estatística da 3ª Região. No Brasil, o número atual de formandos é baixo e há vagas de sobra.

"Hoje, devido à competitividade e à enorme quantidade e disponibilidade de dados, um número muito maior de empresas de todos os portes e setores estão buscando a estatística para obter informação a partir da estruturação e análise de informações", diz Samara Kiihl, coordenadora do curso de graduação em estatística da Unicamp.

Como empresas precisam tomar decisões estratégicas com base nos dados, o estatístico torna-se crucial. De olho nessa demanda, a formação do profissional passa por transformações e tem introduzido mais programação.

O curso da Unicamp, por exemplo, incluiu recentemente duas matérias computacionais em sua grade curricular. "Uma para um conhecimento mais aprofundado de linguagem computacional voltada para a estatística e outra de manipulação de grandes bancos de dados", diz Kiihl.

Iniciativa igual à do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos. "O número de disciplinas de programação vem aumentando e há aulas práticas que envolvem big data", afirma Cibele Russo, coordenadora do bacharelado em estatística.

"Além disso, a partir deste ano, o aluno pode obter a ênfase em ciência de dados, que confere maior habilidade para analisar informações de grande complexidade."

Embora o mercado financeiro seja o que mais empregue estatísticos hoje, não há restrições de área para a atuação desse profissional.

A Associação Brasileira de Jurimetria, da qual Trecenti é secretário-geral, por exemplo, utiliza a estatística para estudar fenômenos jurídicos –como o tempo de espera nos processos relacionados à adoção de crianças– e ajudar na elaboração de políticas públicas.

"A ciência de dados é o fenômeno mais importante do século, e os profissionais da estatística são os líderes desse processo, porque reúnem conhecimento de matemática e de teoria das probabilidades, domínio de linguagens de programação, capacidade de resolução de problemas e visão de negócio", diz Trecenti.

Além de trabalhar em empresas, o estatístico hoje tem muitas oportunidades de montar seus próprios negócios. "Grande parte das startups utiliza a análise de dados para desenvolver suas soluções", diz Trecenti.

Independentemente do caminho escolhido, é fundamental ter curiosidade e interesse em aprender sobre o negócio em que vai atuar.

Ao ter que trabalhar com profissionais variados, também é importante ser capaz de traduzir os termos técnicos de estatística para a linguagem de negócios ou pesquisa, dependendo da área", completa Samara.

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ESTATÍSTICO

O que faz
Coleta, analisa e interpreta dados à luz de estudos teóricos para explicar fenômenos e, assim, auxiliar empresas na tomada de decisões

Salário inicial
R$ 4.500

Perfil desejado pelas empresas
Profissional pró-ativo, com disposição para aprender, habilidades computacionais, boa comunicação

Onde estudar
Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Unesp, Unicamp, USP, UFMG, UFSCar, UFRJ

Onde há vagas
Setor financeiro, indústria farmacêutica, empresas de pesquisa de mercado, consultorias, startups

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