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Tons de vermelho e dourado prometem esquentar ambientes em 2017

Cores solares voltaram à decoração de interiores, após um longo reinado de cinzas.

"O mundo ficou cinzento demais, 2017 será mais colorido", diz o designer de móveis Emerson Borges. Ele é um dos profissionais envolvidos na criação das cartelas do Comitê Brasileiro de Cores, que reúne empresas, arquitetos e designers para pesquisar as tendências do setor.

A cartela do próximo ano, que será lançada em julho, reflete esse desejo de tons quentes na gama batizada de "solarização", adianta a arquiteta Elisabeth Wey, presidente do comitê. Essa tendência é reafirmada na cor-chave das tintas Coral para 2016, o "ouro monarca".

"As cores vivas estão crescendo, mas dois terços das tintas do mercado ainda são nos tons mais suaves", afirma Fernando Domingues, diretor de marketing da Coral.

"Há espaço para crescer, ainda que o consumidor tenha insegurança na hora de escolher cores para pintar a casa, segundo pesquisa mundial feita pela empresa",diz.

Além da tendência geral e de uma cor específica eleita por cada empresa, os "criadores" da cor definem periodicamente três ou quatro grupos, com gamas que atendam necessidades de diferentes segmentos de consumidores.

Além do grupo "solar", o comitê lançará as gamas "transformações", sugerindo cores que se mesclam e criam novos tons a partir de azul e rosa; e "expansão", inspirada na tecnologia, combinando o cinza de outras temporadas com cores quentes, como vermelho, ou verde vivo.

As cores da cartela apelidada de "transformações" lembram a proposta para este ano da Pantone, que é rosa quartzo e azul serenity.

Wey explica que não é a mesma coisa. "As informações internacionais são abrasileiradas pelo comitê de acordo com o perfil do consumidor e a oferta de matéria-prima (pigmentos)."

O azul do comitê é mais profundo, e o rosa, mais puxado para roxo. "Azul e rosa mais claros não pegaram aqui, estão muito associados a quarto de bebê", diz Borges.

Roda e combina

POLARIZAÇÃO

O que está pegando mais é a valorização de contrastes: frio-quente, claro-escuro, brilhante-fosco. "Reflete o mundo de polarizações acentuadas", diz Fernando Capeloza, gerente de negócio da Akzo Nobel, empresa produz tintas para segmentos da indústria, como eletrodomésticos.

O lançamento de uma cor passa por uma cadeia que começa nos fabricantes de pigmentos e segue por produtores de tintas, tecidos, eletrodomésticos, veículos, móveis, roupas, cosméticos, até chegar à casa e à vida da pessoa.

A decisão não é mera conveniência da indústria, embora fatores como preço, escassez ou excesso de determinado pigmento no estoque também entrem na escolha.

Birôs de tendências no mundo todo estudam mudanças sociais, econômicas e culturais que se traduzem em comportamentos de grupos ou indivíduos. A partir daí, criam paletas de cores que podem ser associadas aos anseios do consumidor.

"A indústria precisa de cores que influenciem a compra", diz Capeloza. Também precisa motivar a troca de produtos.

"Colocar novas cores em casa reflete o desejo de mudar a forma de viver", afirma Borges.

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Adriano Vizoni/Folhapress
SAO PAULO - SP - BRASIL, 23-06-2016, 16h20: PRODUCAO PARA CADERNO TUDO SOBRE. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, ESPECIAIS) ***EXCLUSIVO FSP***
A tendência para o próximo ano é de cores mais fortes nas residências

BRILHO
Metalizados quentes, como dourado e cobre, são tendência tanto em metais de banheiro e puxadores de armários quanto em tintas de parede, tecidos e revestimentos

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Adriano Vizoni/Folhapress

CALOR
Laranja, vermelho e amarelo voltaram com força para criar contrastes vibrantes com o mundo sóbrio do cinza, soberano da decoração nas temporadas passadas

Adriano Vizoni/Folhapress

MISTURINHA
A partir do azul e do rosa, tons mais aquarelados se mesclam para criar tons intermediários, que também entram nas cartelas de tendências da indústria da cor

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