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centro e zona norte

Freguesia do Ó entra no radar do mercado imobiliário

De um ponto do largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, centro nervoso da Freguesia do Ó, avista-se um paredão de edifícios: a zona oeste. Entre as duas regiões, corre a marginal Tietê.

De olho nessa proximidade com uma das principais vias da cidade, incorporadoras têm investido no tradicional bairro de São Paulo.

"O consumidor da zona norte tem uma preocupação muito grande com mobilidade", diz Lucas Tarabori, diretor de negócios da Gafisa.

A incorporadora lançou em setembro deste ano o empreendimento Moov, que tem apartamentos de 47 m² e 52 m². O metro quadrado custa, em média, R$ 7.400.

"O prédio fica perto da marginal Tietê, é muito fácil de sair", afirma Tarabori.

Ainda no quesito mobilidade, a futura chegada do metrô também "entrou na conta" das incorporadoras, afirma Isaac Khafif, sócio-diretor da Planik, que está erguendo o condomínio Enjoy.

A região está no trajeto da chamada "linha das universidades" do metrô, que ligará Brasilândia (norte) ao centro. Inicialmente prevista para 2018, teve as obras adiadas em setembro deste ano.

O Enjoy tem unidades de 59 m² e 74 m², com metro quadrado a cerca de R$ 7.000. Entre os itens de lazer estão piscina, salão de festas e lounge adolescente. "Fizemos um produto que poderia estar em bairros mais valorizados, como Lapa e Perdizes", diz Khafif.

Para comparar, o metro quadrado na Lapa, do outro lado do rio, custa cerca de R$ 10 mil, de acordo com levantamento da Geoimovel.

Outros empreendimentos devem chegar ao bairro, composto hoje majoritariamente por casas. "Há um tendência de ocupação", afirma Celso Amaral, que é diretor da consultoria Geoimovel e da Amaral d'Ávila Avaliações.

O movimento, diz Amaral, depende da escalada do preço do terreno em outros lugares com mais apelo. "É uma migração natural. Aconteceu com a Mooca e com a Penha."

"É um bairro consolidado como residencial, com comércio e oferta de restaurantes", acrescenta Khafif.

Segundo as incorporadas, os compradores são, na maioria, moradores da zona norte e da própria Freguesia. Ou seja, quem está fica.

Essa é uma característica dos moradores do bairro, de acordo com os próprios.

Alexandre Garcia, o Turcão, é um exemplo. Aos 46 anos, o diretor de alegoria da Rosas de Ouro nunca morou em outro lugar. Conheceu a mulher, também moradora da região, nos tempos de colégio, que fica no bairro, onde também fez faculdade.

"Não troco o bairro por nada. Aqui tenho amizade e comodidade. Conheço desde o subprefeito até o delegado."

Histórias como a de Turcão não são incomuns na Rosas de Ouro, que não nasceu na área -aportou no bairro em 1980, nove anos após ser fundada na Brasilândia.

A agremiação é um símbolo da Freguesia, ao lado da igreja de Nossa Senhora do Ó e do Frangó, cria de outro filho da região, Cássio Piccolo.

Morador do bairro até os 23, Piccolo vive no centro de São Paulo. "Já passo muitas horas da minha vida na Freguesia. É bom sair, porque dá vontade de voltar."

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