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Grande São Paulo

Em São Bernardo do Campo, prédios de luxo substituem fábricas

Terrenos amplos que já abrigaram fábricas em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, despertam o interesse de incorporadoras que querem investir em empreendimentos de alto padrão no centro da cidade.

"As áreas que eram ocupadas por indústrias são bem localizadas e estão sendo usadas pelas construtoras para erguer prédios com o conceito de condomínio-clube", afirma Marcus Santaguita, da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradores do Grande ABC.

Katia Kuwabara/Folhapress
APARTAMENTO DECORADO FAMILY GARDEN SAO BERNARDO DO CAMPO, SP, 24.11.2016: Especial Morar Grande SP. Family Garden, Construtora Helbor. Apartamento decorado de 96 m2. (Foto:Katia Kuwabara/Folhapress, FSP-SUP-ESPECIAIS) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Apartamento decorado do edifício Family Garden, em São Bernardo

Na esquina das avenidas Kennedy e Senador Vergueiro, onde funcionou uma fábrica de elevadores, foi construído o complexo Marco Zero, da construtora MBigucci, o primeiro do tipo multiúso -que reúne unidades comerciais e residenciais- da cidade.

São quatro torres: duas já entregues, com 136 apartamentos cada uma, e duas mistas, com 340 lofts e 325 salas comerciais, ainda em construção. No Marco Zero, há ainda 80 apartamentos de dois e três quartos à venda, de 65 m² e 83 m², que custam, em média R$ 600 mil.

"As fábricas começaram a ir para a periferia e outras cidades em busca de custos mais baixos e deixaram áreas em locais privilegiados, próximos a bares, shoppings e da futura linha do metrô", diz Marcelo Bigucci, diretor de marketing de incorporadora. Apenas neste ano, a empresa adquiriu cinco terrenos com essas características.

LONGE DO AGITO

Com cerca de 820 mil habitantes e a apenas 22 km da capital, São Bernardo desperta o interesse de quem quer morar numa cidade estruturada longe do agito de São Paulo.

Há três shoppings, parques e a vantagem de estar a 50 km do litoral. O Rodoanel diminuiu o tempo de viagem à capital e até o projeto da chegada do metrô ao centro de São Bernardo do Campo, cujas obras não começaram, entra na balança de quem tem optado em investir na cidade.

Na hora de comprar o apartamento, a advogada Pamella Andressa Padovesi, 29, e o bancário Gabriel Padovesi, 28, optaram em ficar em São Bernardo, apesar de os dois, na época, trabalharem na capital. "Aqui andamos tranquilamente de bicicleta, passeamos com o cachorro e vamos ao shopping e ao parque sem precisar pegar o carro", diz a advogada.

O industrial Edgar Solano Marreiros, 72, é um dos que trocaram a capital por São Bernardo. Ex-morador de Moema, ele adquiriu um apartamento de quatro quartos no Helbor Family Garden, na Chácara Inglesa, com previsão de entrega para 2018.

Enquanto aguarda as chaves, já mora no bairro em um apartamento alugado e desfruta do novo endereço. "Sinto mais segurança aqui."

Segundo Rafael Botelho, gerente de vendas da Helbor Empreendimentos, a maioria dos clientes ainda é de São Bernardo, mas ele afirma que há um interesse crescente por parte dos paulistanos. Um dos motivos para isso é o valor mais baixo dos imóveis.

"A Chácara Inglesa é um dos bairros mais desejados e com um dos melhores padrões de São Bernardo. Pelo mesmo preço o cliente pode comprar mais metros quadrados privativos aqui do que em outros bairros importantes da capital", afirma Botelho.

Levantamento da consultoria Geoimovel mostra que, nos últimos três anos, a cidade recebeu 36% dos empreendimentos com unidades de quatro quartos lançados na Grande São Paulo.

"São Bernardo, apesar do enfraquecimento da indústria automobilística, ainda é uma cidade rica, com potencial para se desenvolver no segmento de serviços. Tem melhor infraestrutura que os municípios vizinhos e recebeu investimentos nos últimos anos. Além disso, há bairros bons para verticalização", diz Celso Amaral, diretor corporativo da Geoimovel.

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