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Grande São Paulo

Loteamentos de luxo ocupam 40% do território de Arujá, na Grande SP

Cortada ao meio pela rodovia Presidente Dutra, com o aeroporto de Guarulhos a poucos quilômetros de seu centro e rodeada por uma vegetação intacta, Arujá é uma alternativa para quem quer morar em condomínios horizontais na Grande São Paulo.

A cidade, a 45 km da capital paulista, se tornou o Alphaville da vizinha Guarulhos, com casas que podem custar até R$ 7 milhões em loteamentos com lagos e piscinas de borda infinita.

O município começou a receber empreendimentos do tipo na década de 1950. Hoje, são oito condomínios que ocupam 40% da área urbana local, segundo a prefeitura.

"Os residenciais têm atraído famílias que querem sair da metrópole, em busca de segurança e conforto, mas que não abrem mão de serviços", diz Cássio Kineipe, presidente da Aconda (a associação dos condomínios).

É esse o caso da advogada Kelly Mesquita, 36, ex-moradora de Guarulhos. Ela optou por construir uma casa no Real Park Arujá -o mais novo condomínio da cidade, lançado em 2008-, após ter sido vítima de um sequestro. "Fui pega dentro do meu carro, na Dutra. Depois disso, quis mais segurança."

Mesquita vendeu o apartamento da família por R$ 750 mil e investiu o valor na compra do terreno e na construção da casa, de 330 m².

O residencial tem 32 casas prontas e outras 67 em obras. Os 611 lotes estão todos vendidos, afirma o administrador do empreendimento, Carlos Gimenes.

"Muita gente compra para investir", diz ele. Um lote de 300 metros quadrados custa a partir de R$ 250 mil. Os serviços de zeladoria e segurança chegam a R$ 461 por mês.

A maioria das casas tem pé direito duplo, piscina e até sistema automatizado para aspirar pó e erguer persianas.

O contador Paulo Dionísio descobriu Arujá em 1991, mas só conseguiu construir sua casa, no condomínio Arujazinho 5, seis anos depois. O local, com 900 casas, parece um clube: tem piscina aquecida e até uma sala de cinema para 60 lugares.

"Há cinco anos também trouxe minha empresa de seguros de São Paulo para cá. Estou completamente instalado em Arujá", afirma.

NOVA ONDA

Dionísio faz parte de uma outra safra de moradores, que desembarcou na cidade a partir dos anos 1990, conta o corretor Cristiano Diniz, da incorporadora e imobiliária MM Imóveis e Seguros.

"Antes disso, as pessoas compravam terrenos e construíam casas aqui para veraneio. Isso mudou com a chegada de empresários."

Essa leva de empreendedores também fomentou a construção de um condomínio para indústrias e escritórios, às margens da Dutra.

Ainda segundo Diniz, hoje a oferta de terrenos é baixa. O que mantém o mercado aquecido é a revenda de casas prontas. Só no banco de dados da MM Imóveis constam 600 residências, que custam a partir de R$ 900 mil.

Entre 2010 e 2015, a cidade cresceu 14% e chegou a 85 mil habitantes. O aumento populacional gerou um impasse. Arujá e Itaquaquecetuba brigam na Justiça pela posse de uma área, no limite entre os municípios, onde estão sendo erguidos quatro condomínios horizontais.

O corretor Edson Horta, 58, é um dos afetados pela questão. Morador do Country Club, ele paga dois IPTUs -um para cada cidade.

Segundo o prefeito de Arujá, Abel Larini (PR), cerca de 900 lotes estão sob disputa. "É uma questão que já se arrasta há anos. Itaquá questiona, mas quem está prestando os serviços urbanos nessas áreas somos nós."

Já para Roberto Kimura, secretário de obras de Itaquaquecetuba, houve um erro na delimitação entre as duas cidades. "Sabemos que ali existe uma área de Itaquaquecetuba. Comprovado isso na Justiça, iremos assumir os serviços na região."

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