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Grande São Paulo

Condomínios-clube ganham terreno em São Caetano, a cidade vertical de SP

Os 15 quilômetros quadrados do município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, comportam uma população de quase 160 mil habitantes em uma das áreas mais verticalizadas do país -38% dos domicílios na cidade são apartamentos, segundo o IBGE; em São Paulo, o índice é de 28%.

Com poucos terrenos disponíveis, empreendimentos novos são raros na cidade. No ano de 2016, não houve nenhum lançamento, de acordo com a consultoria Geoimovel. Desde 2013, a cidade recebeu 1.730 apartamentos, bem menos do que a vizinha Santo André, que ganhou 6.065 imóveis novos.

"A lei de zoneamento restringiu muito a construção de prédios em São Caetano, e as incorporadoras não fazem novos investimentos, só entregam os empreendimentos já programados", diz Nelson Freire, do núcleo de imobiliárias da Associação Comercial de São Caetano do Sul.

De acordo com os especialistas do setor, o mercado deve aquecer novamente nos próximos anos com o início das obras da linha 18-bronze do Metrô -que fará a integração da região do ABC paulista com a rede metroferroviária de São Paulo- e com a perspectiva de mudanças no plano diretor feitas pela nova gestão municipal.

Katia Kuwabara/Folhapress
O consultor Ângelo Marchetti e a aposentada Vanda, no imóvel onde vivem em São Caetano
O consultor Ângelo Marchetti e a aposentada Vanda, no imóvel onde vivem em São Caetano

Enquanto outros empreendimentos não chegam, a opção para quem quer morar ou investir na cidade são os prédios prontos com imóveis à venda. Em geral, são condomínios com áreas de lazer completas, voltados para casais com filhos.

"É um modelo que se fortalece, porque as pessoas querem lazer com segurança, conforto e qualidade", diz a arquiteta Airlana Polzatto, da associação de engenheiros e arquitetos da cidade.

Esse tipo de imóvel atrai moradores que querem tranquilidade em uma cidade menor do que São Paulo, mas com boa infraestrutura e fácil acesso à capital.

"Dependendo do bairro do empreendimento, temos de 35% a 50% de clientes que saem de São Paulo em busca de preço e qualidade de vida, principalmente da Vila Mariana, da Saúde, do Ipiranga e da Aclimação, que são bairros próximos da cidade", afirma Sebastião de Moura Bittencourt Neto, diretor da Lorenzini Construtora.

Outros compradores procuram manter o padrão adquirido ao longo da vida, como o consultor de recursos humanos Ângelo Marchetti, 74. Ele acaba de se mudar para o edifício construído ao lado do condomínio de casas onde viveu por 32 anos, no Jardim São Caetano -bairro residencial valorizado por ter fácil acesso à avenida Rudge Ramos, principal saída para São Paulo e para o litoral.

"Tínhamos a opção de ir para Santo André, mas escolhemos aqui pela vista e pela estrutura da cidade."

Marchetti mora no Vivacittà, da Lorenzini, cuja primeira fase foi entregue em junho e a segunda será entregue em dezembro deste ano. O condomínio tem três torres de apartamentos de três e dois dormitórios, com áreas que variam de 63 m² a 87 m² e preço a partir de R$ 6.400 o metro quadrado. Brinquedoteca, piscina com raia e salão de festas gourmet são destaques do condomínio-clube.

PRÉDIO GOURMET

A mesma empresa ainda comercializa apartamentos de 125 m² no Totalittà, por R$ 6.100 o m². Localizado no Boa Vista, um dos bairros mais valorizados da cidade, o empreendimento tem 30 itens de lazer, entre eles quatro salões de festa, pista de caminhada, redário e sala de cinema.

No bairro nobre Santo Antônio, o Golden Residence tem apartamentos de 160 m² com sacada gourmet e quatro dormitórios ou três suítes e sala ampliada, comercializados com preços que partem de R$ 5.750 o m².

Construído pela Sabbahi, o condomínio conta com espaço mulher, brinquedoteca e piscina e será entregue em junho de 2017.

"Há empreendimentos de alto padrão em todo o ABC, mas São Caetano ainda é a cidade mais valorizada", diz Marcelo Mangabeira, diretor comercial da construtora.

O metro quadrado médio para apartamentos novos na cidade custa R$ 7.678, segundo a Geoimovel. Enquanto isso, em Santo André o preço médio é de R$ 6.181 e, em São Bernardo, R$ 5.858/m².

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