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Campo Belo se renova com jovens casais e seus animais de estimação

Há três anos, o Campo Belo, zona sul da capital, é o lar dos publicitários Giovanna Pilon, 30, e Marcelo Chiminazzo, 31. Assim que se casaram, eles decidiram começar a vida nova num bairro novo.

Ele morava no Morumbi e ela, nos Jardins. "Sou do interior do Estado e queria viver num lugar mais acolhedor, com menos prédios e, ao mesmo tempo, com boa localização", diz Giovanna.

Delimitado por quatro vias expressas (as avenidas Santo Amaro, Roberto Marinho, Washington Luís e dos Bandeirantes), o Campo Belo atendeu a essas condições -além de estar encostado no aeroporto de Congonhas.

A ligação com o resto da cidade e do país atraiu, nas últimas décadas, muita gente para essa região, onde hoje o número de apartamentos já supera o de casas.

Ainda assim, o bairro é menos verticalizado que seus vizinhos Moema e Itaim.

A rua Vieira de Moraes, importante via de comércio local, faz a divisão entre os dois lados do bairro: um só com casas e o outro, com edifícios de alto padrão.

Keiny Andrade/Folhapress
Os publicitários Marcelo Chiminazzo, 31, e Giovanna Pilon, 30, com o golden retriever Elvis, no Campo Belo, zona sul de São Paulo
Os publicitários Marcelo Chiminazzo, 31, e Giovanna Pilon, 30, com o golden retriever Elvis, no Campo Belo, zona sul de São Paulo

Giovanna e Marcelo moram do lado dos prédios, em um studio de 48 m², na companhia de Elvis, um simpático golden retriever.

A família é a cara do novo Campo Belo, onde a maior fatia da população tem entre 30 e 34 anos, de acordo com projeções da prefeitura com base em dados do IBGE.

Segundo pesquisa do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da USP, o Campo Belo é também o bairro paulistano com o maior número de cachorros em relação ao de habitantes: 1,42 morador por animal. "Não tem um dia em que o Elvis não pare na rua para brincar com outro cachorro", conta Marcelo.

Os apartamentos do bairro estão cada vez menores. Comparando os períodos de 2007 a 2011 e 2012 a 2016, houve redução de 45% na área privativa mediana dos empreendimentos, segundo estudo da imobiliária Brasil Brokers.

EUROPEUS
Do lado das casas, vivem os aposentados Franz Schmidt, 83, e sua mulher, Vera, 77. De origem germânica, a família representa o que há de mais tradicional na região.

Franz chegou em 1950 ao bairro, onde a mãe já tinha amigos. "Os terrenos eram vazios e mais baratos", diz ele.

Os europeus, sobretudo alemães, se instalaram ali a partir dos anos 1920, fugindo da instabilidade política, conta o pesquisador Sérgio Weber, autor de "Campo Belo, Monografia de um Bairro".

O livro, de 375 páginas, é resultado de um trabalho de pesquisa de mais de 30 anos feito em parceria com sua mulher, a historiadora Maria Aparecida Weber.

"Por muito tempo, o Campo Belo foi um lugar tranquilo, com estrangeiros falando um português arrastado. Hoje, perdeu sua característica de bairro europeu", diz ela.

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