Publicidade

campo belo/vila mariana

Cafezal e horta na zona sul de São Paulo ensinam como plantar e colher

O concreto característico da cidade abre uma pequena brecha para o maior cafezal urbano do país na Vila Mariana, dentro do Instituto Biológico, centro de pesquisas ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Cerca de 1.600 pés de café estão plantados no local e são usados, junto com outras espécies de vegetais, para promover a pesquisa e a educação ambiental.

Uma vez por ano –entre os meses de maio e junho, quando chega a colheita do café– a comunidade é convidada para participar do trabalho.

"Durante a colheita, as pessoas podem conhecer as pesquisas que o instituto faz e também entender como é a atividade do agricultor", diz Harumi Hojo, engenheira agrônoma do Biológico e responsável pelo cafezal.

"Elas podem ver o trabalho que dá colher 2 kg do grão, o que rende 250 gramas de pó de café", conta ela. "Isso gera conscientização e respeito pela agricultura", diz Hojo.

No passado, as plantas do instituto salvaram diversas safras brasileiras de café.

A plantação está ali desde a década de 1920, quando uma praga foi desencadeada pela broca-do-café, um besouro que perfura os grãos e os destrói por dentro.

Em 1924, uma comissão de cientistas liderada pelo médico baiano Arthur Neiva foi reunida pelo governo do Estado para resolver o problema usando a plantação da Vila Mariana como laboratório.

O sucesso das medidas de prevenção desenvolvidas e divulgadas pelo grupo foi tão grande que, em 1927, nasceu no mesmo lugar o instituto.

O local realiza de tempos em tempos o evento "Biológico de Portas Abertas", em que recebe a comunidade para passeios guiados e atividades de divulgação. Uma das edições acontece neste domingo, das 13h às 18h.

FAÇA VOCÊ MESMO

Próximo ao Biológico, do outro lado da avenida Vinte e Três de Maio, dentro do Ibirapuera, a Escola Municipal de Jardinagem oferece cursos gratuitos para quem quer botar a mão na terra.

Segundo Rose Inojosa, diretora da Umapaz (Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz), responsável pela escola, neste ano estão planejadas ao menos dez turmas de 50 pessoas cada.

Entre os cursos de 60 horas está o de plantas medicinais para profissionais da saúde.

Outros cursos e oficinas mais curtos também estão na programação –informações no site prefeitura.sp.gov.br/escoladejardinagem.

A cerca de quatro quilômetros do parque, o CCSP (Centro Cultural São Paulo) mantém uma horta comunitária em sua laje desde 2013.

"Queremos resgatar conceitos ancestrais de cultivo", diz a pedagoga aposentada Elba Fraga, uma das voluntárias que cuida da horta.

Qualquer pessoa pode participar como voluntária regular ou ir a mutirões que acontecem duas vezes por mês -um é neste domingo (12), a partir das 10h30. Informações na página facebook.com/hortaccsp..

Publicidade
Publicidade
Publicidade